domingo, 24 de novembro de 2013

PROLUSÃO ,,,,,,GRILHÕES PARTIDOS (pelo Espírito Manoel Philomeno de Mir anda) 

PROLUSÃO 
Tendo  em  vista  o  grave  problema  da  obsessão,  que  aflige multidões  e  as
infelicita,  o  grupo  que  se  afeiçoe  a  esse  ministério  de  socorro  a  obsidiados  e  obsessores deve observar, pelo menos, os seguintes requisitos mínimos:
1) A equipe de trabalho:
Toda  e  qualquer tarefa,  especialmente  a  que se  destina  ao socorro,  exige  equipe hábil, adredemente preparada para o ministério a que se dedica.  O  operário  siderúrgico,  a  fim  de  poder  executar  o  trabalho  junto  às
fornalhas de alta temperatura, resguarda­se, objetivando a sobrevivência, e adestra­  se, a benefício de resultados vantajosos.  O tecelão preserva o aparelho respiratório com máscaras próprias e articula  habilidades  que  desdobra,  de modo  a  atender aos  caprichos  de padronagem,  cor  e  confecção com os fios que lhe são entregues.  O  agricultor  apreende  os  cuidados  especiais  de  que  necessitam  o solo,  a  semente, a planta, a floração e o fruto, com o fito de recolher lucros no labor  que  enceta.  O  mestre,  o  cirurgião,  o  artista,  o  engenheiro,  o  expositor,  o  escrevente,
todos  os  que  exercem  atividades,  modestas  ou  não,  se  dedicam  com  carinho  e  especializam­se,  adquirindo  competência  e  distinção  com  o  que  se  capacitam  às  compensações disso decorrentes.  No  que  tange  às  tarefas  da  desobsessão,  não  menos  relevantes  são  os  valores e qualidades especiais exigíveis, para que se logre êxitos.  Nos  primeiros  casos,  necessita­se  de  fatores  materiais,  intelectivos  e  artísticos,  inerentes  a  cada  indivíduo  que  se  dedica  ao  mister,  seguindo  a  linha  vocacional que lhe é própria ou estimulado pelas vantagens imediatas, através das  quais espera rendas e estipêndios materiais.  No último caso, deve­se examinar a transcendência do material em uso —  sutil,  impalpável,  incorpóreo —  a  começar  desde  a  organização mediúnica  até  as  expressões de caráter moral das Entidades comunicantes.
A equipe que se dedica à desobsessão — e tal ministério somente é credor  de  fé,  possuidor  de  valor,  quando  realizado  em  equipe,  —  que  a  seu  turno  se  submete à  orientação das Equipes Espirituais Superiores — deve  estribar­se numa  série incontroversa de itens, de cuja observância decorrem os resultados da tarefa a  desenvolver.  O “milagre” tão amplamente desejado é interpretação caótica e absurda de
fatos  coerentes,  cuja  mecânica  escapa  ao  observador  apressado.  Não  ocorre,  portanto,  uma  vez  que  tudo  transcorre  sob  a  determinação  de  leis  de  superior  contextura e de sábia execução.  Assim, faz­se imprescindível, na desobsessão, quando se pretende laborar  em equipe:
a)  harmonia de conjunto, que se consegue pelo exercício da cordialidade entre  os diversos membros que se conhecem e se ajudam na esfera do quotidiano;
b)  elevação de propósitos, sob cujo programa cada um se entrega, em regime  de  abnegação,  às  finalidades  superiores  da  prática  medianímica,  do  que  decorrem os resultados de natureza espiritual, moral e física dos encarnados  e dos desencarnados em socorro;
c)  conhecimento  doutrinário,  que  capacita  os  médiuns  e  os  doutrinadores,  assistentes e participantes do grupo a uma perfeita identificação, mediante a  qual se  podem resolver  os  problemas  e  dificuldades  que surgem,  a  cada
instante, no exercício das tarefas desobsessivas;
d)  concentração, por meio de cujo comportamento se dilatam os registros dos
instrumentos  mediúnicos,  facultando  sintonia  com  os  comunicantes,  adredemente trazidos aos recintos próprios para a assistência espiritual;
e)  conduta  moral  sadia,  em  cujas  bases  estejam  insculpidas  as  instruções  evangélicas, de forma que as emanações psíquicas, sem miasmas infelizes,  possam  constituir  plasma  de  sustentação  daqueles  que,  em  intercâmbio,  necessitam dos valiosos recursos de vitalização para o êxito do tentame;
f)  equilíbrio  interior  dos  médiuns  e  doutrinadores,  uma  vez  que,  somente  aqueles que se encontram com a saúde equilibrada estão capacitados para o
trabalho  em  equipe.  Pessoas  nervosas,  versáteis,  susceptíveis,  bem  se  depreende, são carecentes de auxílio, não se  encontrando habilitadas para  mais  altas  realizações,  quais  as  que  exigem  recolhimento,  paciência,  afetividade,  clima  de  prece,  em  esfera  de  lucidez  mental.  Não  raro,  em  pleno  serviço  de  socorro  aos  desencarnados,  soam  alarmes  solicitando  atendimento aos membros da esfera física, que se desequilibram facilmente,  deixando­se  anestesiar  pelos  tóxicos  do  sono  fisiológico  ou  pelas
interferências  da  hipnose  espiritual  inferior,  quando  não  derrapam  pelos  desvios mentais das conjecturas perniciosas a que se aclimataram e em que  se comprazem.
Alegam  muitos  colaboradores  que experimentam  dificuldades  quando se  dispõem  à  concentração.  No  entanto, fixam­se  com  facilidade  surpreendente  nos  pensamentos  depressivos,  lascivos,  vulgares,  graças  a  uma natural acomodação a que se condicionam, como hábito irreversível e  predisposição favorável.
Parece­nos  que,  em tais  casos,  a  dificuldade  em  concentrar­se se
refere  às  idéias  superiores,  aos  pensamentos  nobres,  cujo  tempo  mental  para  estes  reservado,  é  constituído  de  pequenos  períodos,  em  que  não  conseguem criar um clima de adaptação e continuidade, suficientes para a  elaboração de um estado natural de elevação espiritual;
g)  confiança, disposição física e moral, que são decorrentes da certeza de que  os Espíritos, não obstante, invisíveis para alguns, se encontram presentes,  atuantes,  a  eles  se  vinculando,  mentalmente,  cm  intercâmbio  psíquico  eficiente,  de  cujos  diálogos  conseguem  haurir  estímulos  e  encorajamento  para  o trabalho em  execução. Outrossim, as  disposições físicas, mediante  uma  máquina  orgânica  sem  sobrepeso  de  repastos  de  digestão  difícil,
relativamente  repousada,  pois  não  é  possível  manter­se  uma  equipe  de
trabalho  dessa  natureza,  utilizando­se  companheiros  desgastados,  sobrecarregados, em agitação;
h)  circunspeção,  que  não  expressa  catadura,  mas  responsabilidade,  conscientização de labor, embora a face desanuviada, descontraída, cordial;
i)  médiuns  adestrados,  atenciosos,  que  não  se  facultem  perturbar  nem  perturbem  os  demais  membros  do  conjunto,  o  que  significa  adicionar,  serem disciplinados, a fim de que a erupção de esgares, pancadas, gritarias  não  transforme  o  intercâmbio santificante  em  algaravia  desconcertante  e  embaraçosa. Ter em mente que a psicofonia é sempre de ordem psíquica,  mediante  a  concessão  consciente 2  do médium,  através  do seu  perispírito,  pelo qual o agente do além­túmulo consegue comunicar­se, o que oferece  ao sensitivo possibilidade de frenar todo e qualquer abuso do paciente que  o  utiliza,  especialmente  quando  este  é  portador  de  alucinações,  desequilíbrios  e  descontroles  de  vária  ordem,  que  devem,  de  logo,  ser  corrigidos  ou  pelo  menos  diminuídos,  aplicando­se  a  terapêutica  de
reeducação;
j)  lucidez do preposto para os diálogos, cujo campo mental harmonizado deve  oferecer  possibilidades  de  fácil  comunicação  com  os  Instrutores  Desencarnados, a fim de cooperar eficazmente com o programa em pauta,  evitando discussão infrutífera, controvérsia irrelevante, debate dispensável  ou informação precipitada e maléfica ao atormentado que ignora o transe grave  de que é vítima,  em cujas teias  dormita semi­hebetado,  apesar  da
ferocidade que demonstre ou da agressividade •de que se revista;
k)  pontualidade,  a fim  de  que todos  os membros  possam ler e  comentar  em  esfera  de  conversação  edificante,  com  que  se  desencharcam  dos  tóxicos
físicos e psíquicos que carregam, em conseqüência das atividades normais;  e  procurarem  todos,  como  leciona  Allan  Kardec, ser  cada  dia melhor  do
que no anterior, e de cujo esforço se credenciam a maior campo de sintonia  elevada,  com  méritos  para  si  próprios  e  para  o  trabalho  no  qual  se  empenham... Claro está que não exaramos aqui todas as cláusulas exigíveis  a  uma  tarefa  superior  de  desobsessão,  todavia,  a  sincera  e  honesta  observância destas darão qualidade ao esforço envidado, numa tentativa de  cooperação  com  o  Plano  Espiritual  interessado  na  libertação  do  homem,  que ainda se demora atado às rédeas da retaguarda, em lento processo de
renovação. 3
2) O obsessor: 
O Espírito perseguidor, genericamente denominado obsessor, em verdade é  alguém  colhido  pela  própria  aflição.  Ex­transeunte  do  veículo  somático,  experimentou injunções que  o tornaram revel, fazendo que guardasse nos recessos  da  alma  as  aflições  acumuladas,  de  que  não  se  conseguiu  liberar  sequer  após  o  decesso celular. Sem dúvida, vítima de si mesmo, da própria incúria e invigilância, 
transferiu a responsabilidade do seu insucesso a outra pessoa que, por circunstância  qualquer, interferiu decerto negativamente na mecânica dos seus malogros, por ser  mais fácil encontrar razões de desdita em mãos de algozes imaginários, a reconhecer  a  pesada  canga  da responsabilidade  que  deve repousar sobre  os  ombros  pessoais,  como conseqüência das atitudes infelizes a que cada um se faz solidário. Perdendo a 
indumentária  fisiológica  mas,  não  o  uso  da  razão  —  embora  normalmente  deambulando na névoa da inconsciência, com os centros do discernimento superior  anestesiados pelos vapores das dissipações e loucuras a que se entregou — imanta­  se por processo de sintonia psíquica ao aparente verdugo, conservando no íntimo as  matrizes da culpa, que constituem verdadeiros “plugs” para a sincronização perfeita  entre  a  mente  de  quem  se  crê  dilapidado  e  a  consciência  dilapidadora,  gerando,  então, os pródromos do que mais tarde se transformará em psicopatia obsessiva, a  crescer na direção infamante de conjugação irreversível.  Ocorrências  há,  de  agressão  violenta,  pertinaz,  dominadora,  pela  mesma  mecânica psíquica, em que o enfermo tomba inerme sob a dominação mental e física  do subjugador.  Pacientemente  atendidos,  nos  abençoados  trabalhos  de  desobsessão,  nos  quais se  lhes  desperta  a lucidez  perturbada,  concitando­os  ao  avanço  no rumo  da 
felicidade  que supõem  perdida,  faculta­se­lhes  entender  os  desígnios sublimes  da  Criação, convidando­os a entregarem os que se lhes fizeram razão de sofrimento à Consciência  Universal,  de que ninguém se evade,  e tratando  de reabilitar­se,  eles mesmos, ante as oportunidades ditosas que fluem e refluem através do tempo, esse  grandioso companheiro de todos.  Em  outros  casos,  —  quando  a  fixação  da  idéia  venenosa  produziu  dilacerações  nos  tecidos muito sutis  do  perispírito,  comprometendo  o reequilíbrio  que se faria  necessário  para  a  libertação  voluntária  do  processo  obsessivo,  o  que  ocorre  com freqüência, —  os Instrutores Espirituais,  durante  o transe  psicofônico,  operam nos centros correspondentes da Entidade, produzindo estados de demorada  hibernação  pela  sonoterapia  ou  utilizando­se  de  outros  processos  não  menos  eficientes, para ensejarem a recomposição dos centros lesados, após o que despertam  para as cogitações enobrecedoras.  Na  maioria  dos  labores  de  elucidação,  podem­se  aplicar  as  técnicas  de 
regressão da memória no paciente espiritual, fazendo­se que reveja os fatos a que se  vincula, mostrando­lhe a legítima responsabilidade dele mesmo, nos acontecimentos  de que se diz molesto, após o que percebe  o erro em que moureja, complicando a  atualidade  espiritual  que  deve ser  aproveitada para reparo e  ascensão, jamais  para 
repetições de sandices, pretextos de desídia, ensejos de desgraças...  Obsessores, sim, os há, transitoriamente, que se entregam à fascinação da  maldade,  de  que se fazem  cultores,  enceguecidos  e  alucinados  pelos  tormentosos  desesperos a que se permitiram, detendo­se nos eitos de demorada loucura, em que a  consciência  açulada  pelos  propósitos  infelizes  desvia  o rumo  das  cogitações  para 
reter­se,  apenas,  na  angulação  defeituosa  do  sicário  —  verdugo  impiedoso  de  si  mesmo — pois todo o mal sempre termina por infelicitar aquele que lhe presta culto  de  subserviência.  Tais  Entidades  —  que  oportunamente  são  colhidas  pelas  sutis 
injunções da Lei Divina — governam redutos de sombra e viciação, com sede nas  Regiões  Tenebrosas  da  Erraticidade  Inferior,  donde  se  espraiam  na  direção  de  muitos  antros  de  sofrimento  e  perturbação  na  Terra,  atingindo,  também,  vezes  muitas, as mentes ociosas, os espíritos calcetas, os renitentes, revoltados, cômodos e 
inúteis, por cujo comércio dão início a processos muito graves de obsessão de longo  curso, que se estende em conúbio estreito, cada vez mais coercitivo, inclusive após a  morte física dos tecidos orgânicos, quando o comensal terreno desencarna.  Reunidos  em  magotes,  momentaneamente  ferozes,  se  disputam  primazia  como sói acontecer entre os homens de instintos primitivos da Terra, nos combates  de  extermínio,  em  que  os  próprios  comparsas  se  encarregam  de  autodestruir­se,  estimulados  por  ambições  que  culminam  na  vanglória  da  ilusão  que  se  acaba,  estando  sempre  atormentados  pelas  lucubrações  de  domínio  impossível,  face  à  carência de forças para se dominarem a si mesmos.  Exibindo multiface de horror, com que aparvalham aqueles com os quais se  homiziam moral e espiritualmente, acreditam­se, por vezes, tal a aberração a que se  entregam,  pequenos  deuses  em  competição  de  força  para  assumirem  o  lugar  de  Deus. Trazendo no substrato da consciência as velhas lendas religiosas do Inferno  eterno,  das  personificações  demoníacas  e  diabólicas,  crêem­se  tais  deidades 
irremediavelmente caídas, estertorando, em teimosa crueldade, por assumir­lhes os 
lugares... Expressivo  número  deles,  esses irmãos marginalizados  por si mesmos  do  caminho redentor — que são, todavia, inconscientes instrumentos da Justiça Divina  que  ignoram  e pensam  desrespeitar  —  obsidiam  outros  desencarnados  que se
convertem  em  obsessores,  a seu  turno,  dos  viajantes  terrenos,  em  processo muito  complexo  de  convivência  e  exploração  fisiopsíquica.  Todos,  porém,  todos  eles,  nossos irmãos da retaguarda espiritual, — onde possivelmente já estivemos também,  —  são  necessitados  de  compaixão  e  misericórdia,  de  intercessão  pela  prece  e  oferenda  dos  pensamentos  salutares  de  todos  os  que  se  encontram  nas  lídimas  colméias espiritistas de socorro desobsessivo, ofertando­lhes o pábulo da renovação  e a rota luminescente para a nova marcha, como claro sol de discernimento íntimo  para a libertação dos gravames sob os quais expungem os erros em que incidiram.

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