quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Inversão de valores


Desde o tempo onde reis e rainhas governavam, onde conquistadores desbravavam novos territórios e que a nobreza vivia separada dos pobres, os homens tendem a diferenciar-se uns dos outros.

Dadas determinadas características, sejam elas a cor da pele, a fortuna acumulada ou a nobreza de sangue, quem as possuísse era poderoso, e quem não as possuísse era um verme.

O que não se percebia era que não se pode qualificar uma pessoa somente por uma determinada característica: rico ou pobre, branco ou negro, forte ou fraco.

Todos nós somos uma combinação única de virtudes, defeitos e experiências, combinando-se numa proporção em que ninguém pode ser igual a nós.

E sendo assim tão complexos, todos nós somos bons em alguma coisa e ruins em alguma coisa. Ninguém é totalmente isento de virtude, e pouquíssimos são isentos de defeitos.

E aquela virtude que falta a um, o outro tem de sobra. Aquela habilidade que um precisa, o outro pode ensinar. E é por isso que devemos viver em fraternidade e sociedade: assim todos nos completaremos e poderemos viver com muito mais facilidade e menos entraves.

Mas o nosso egoísmo nos barra e acabamos sempre agindo sozinhos. E é nessas horas que nossos defeitos tornam-se verdadeiros tendões de Aquiles. Por isso que erramos tanto!

Vamos supor que dois homens, um muito inteligente, porém fraco fisicamente e outro com o intelecto pouco desenvolvido, mas muito forte fisicamente, encontrem-se em um labirinto cheio de enigmas e obstáculos. Poderia o homem fraco fisicamente transpor todos os obstáculos sozinho? Arrastar pedras pedras pesadas e erguer outros pesos? E poderia o homem forte transpor todos os enigmas sozinho? Como decifraria ele os mais elaborados teoremas para abrir as fechaduras?

E esse é somente um exemplo simples, de como duas pessoas juntas são muito mais poderosas do que sozinhas.

Portanto, antes de classificar alguém por seus defeitos, não esqueçamos que todos temos virtudes. E antes de nos gabar-mos de nossas virtudes, não esqueçamos que todos nós temos defeitos a corrigir, muitas vezes mais graves do que aqueles de nosso irmão que tanto criticamos.

É o momento de corrigirmos os valores invertidos de nossa sociedade. E temos que começar mudando a nossa própria mentalidade. Antes de mudar o mundo, temos que mudar a nós mesmos primeiro.

Só que para mudar a nós mesmos, precisamos ter humildade e coragem para vermos e assumirmos os nossos erros e defeitos.

Ninguém gosta de ser criticado, e nem de ver seus próprios defeitos. Mas somente quando conseguirmos entender onde estão as nossas falhas, não conseguiremos mudar.

A humildade, portanto, não é imprescindível somente para ajudar ao próximo. Ela é fundamental para ajudarmos a nós próprios também.

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