sábado, 30 de novembro de 2013

Divaldo Franco - Jesus e o Evangelho a luz da Psicologia Profunda

A Psicologia da Gratidão - Palestra de Divaldo Franco em São José do Rio...

Desgosto

Desgosto



Referimo-nos habitualmente aos desgostos da vida como se nada mais tivéssemos que pensar.
Essas ocorrência sobrevêm, de vez que, em nossas atuais condições evolutivas, somos ainda propensos a fixar o coração nos fenômenos do mal, extremamente desmemoriados quanto ao bem, à feição de pessoa que preferisse morar dentro de uma nuvem, à frente do Sol.
Ligeiro mal-estar obscurece-nos a harmonia interior e adotamos regime de aflição que acaba por atrair-nos moléstia grave...
Isso porque apagamos da lembrança os milhares de horas felizes que lhe antecederam o apareci- mento, sem perceber que o incômodo diminuto é aviso da natureza a que retomemos posição de equilíbrio.
Breve desajuste no lar interrompe-nos a alegria e desvairamo-nos em revolta, instalando, às vezes, perigosos quistos de malquerença, no organismo familiar...
Isso porque quase nunca relacionamos os tesouros de estabilidade e euforia com que somos favorecidos em casa, longe de observar que o problema imprevisto expressa bendita oportunidade de consolidarmos o amor e a tranquilidade no instituto doméstico.
Um companheiro nos deixa a convivência e deitamos longas teorias, acerca da ingratidão, estabelecendo complicações de profundidade...
Isso porque olvidamos as afeições preciosas que nos enriquecem os dias, incompetentes que nos achamos para concluir que o amigo, tangido pelas forças espirituais com que se afina, terá buscado o tipo de experiência mais adequada aos próprios impulsos, com vantagem para ele e proveito nosso.
Insignificante desentendimento reponta na esfera profissional e exageramos o acontecido, lançando perturbação ou incrementando a desordem...
Isso porque muito dificilmente ligamos justa importância aos dotes inúmeros que recolhemos do nosso campo de trabalho, inábeis para reconhecer que o destempero havido é o ensejo de proteger e prestigiar a organização a que fomos chamados, em favor de nós mesmos.
Desgosto está efetivamente para o coração, como a poda para a árvore.
Se dissabores nos visitam, recordemos que a vida está cortando o prejudicial e o supérfluo, em nossas plantas de ideal e realização, a fim de que possamos nos renovar e melhor produzir.
-Emmanuel-

O ALFABETO DA MUDANÇA

O ALFABETO DA MUDANÇA



Não conheço nada que trave mais uma pessoa do que seguir valores ultrapassados no momento presente.
Eles simplesmente impedem o ser humano de buscar em si o autoconhecimento e, consequentemente, o entendimento de suas limitações. Só se consegue superar aquilo que se sabe, que se tem, conscientemente.
Quando as pessoas, os seres humanos, aprenderem que são eles a determinar seus caminhos e que SÃO OS ÚNICOS a possuir o leme que direciona as suas vidas, teremos mais equilíbrio no planeta.
Por isso, agora, ainda é o momento para se "Tirar o Pó" de nossa existência. Fazer uma limpeza da cabeça aos pés, como determina a expressão.
É assim que expurgamos o "travamento" de nossas vidas. Não pense que outros o farão, porque é engano seu e de quem lhe promete algo diferente.
Primeiro, analise seus valores. Veja os que servem e os guarde bem. Para os que não servem, busque substitutos e siga em frente...
a. Leve a Faxina muito a sério.
b. Pense que a "camada de pó" foi obra sua.
c. V. tem que entender que a mudança vai exigir muito... Terá que sair de sua zona de conforto eliminando vícios e hábitos que não quer mais para si.
d. Tudo na vida exige um preço. Mudar nos obriga a fazer tudo de outra forma, outra maneira... a ser diferente. A trocar o modo de ver e encarar a vida.
e. Lamentavelmente, ninguém poderá lhe ajudar neste momento. A luta é só sua, consigo mesmo.
f. Vencer a si próprio é a maior vitória que um ser humano pode experimentar em uma vida.
g. "E agora, o que faço"? Decida com a sua alma, sua essência, e grite por liberdade interior. Sua intuição falará por você.
h. Ninguém precisa saber que você mudou... Simplesmente mude. Quem lhe quer, realmente, irá aceitá-lo como você é...
i. As pessoas não estão interessadas em saber como você é, mas, sim, o que pode fazer por elas. Sei que é triste, porém, a maioria pensa e age assim.
j. A vida é curta. Aproveite-a. Tire o pó. Crie o novo e multiplique o seu conhecimento.
k. As lágrimas podem até vir. Mas para que servem? Só para aumentar a sua insegurança.
l. A fase atual não precisa de lágrimas. Precisa de equilíbrio e ação.
m. Plante e regue seus valores. 
n. Pense muito na diferença que existe entre QUERER E PRECISAR.
o. Tire o pó, se PRECISAR... Mas você não terá muito tempo livre. Terá que achar o seu centro e isso só se faz com novas atitudes, bem planejadas e pensadas.
p. O momento exige tranqüilidade, calma e busca interior, e ainda identificar o que tem que ser mandado embora para sempre.
q. Tire o pó, se precisar... A vida continua em você e lá fora... Este é o seu desafio, agora.
r. Tire o pó, se precisar... O sol iluminando os olhos, e novos valores iluminando a mente.
s. O vento agitando os cabelos e o silêncio confortando a alma. Um floco de neve em seu interior para que suas decisões sejam frias.
t. Tire o pó, se precisar... As gotas de chuva caindo mansamente... Para que seu som se confunda com as batidas de seu coração. Isso se chama equilíbrio.
u. Reflita um pouco, este dia não voltará jamais... Tire o pó se precisar... Mas não esqueça que você já decidiu não envelhecer desta maneira. E, no futuro, muitas coisas não serão tão fáceis de serem feitas como agora.
v. Cada vida é um PRESENTE, por isso, o momento atual tem este nome.
w. Não é o que você juntou, mas o que você espalhou que reflete como você viveu esta vida.
x. Tire o Pó, se precisar. Cresça de uma forma singular.
y. Tire o pó antes que vire mofo. 
z. Faça um favor a si mesmo.
Este é o seu, o nosso "alfabeto da mudança". Pense fortemente que as amarras que nos impedem de alterarmos o fluxo de nossas vidas são infinitamente mais mentais do que físicas.
Sei que nos veremos.


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Por que sofremos? - Palestra de Raul Teixeira

O feiticeiro mora no banheiro

O feiticeiro mora no banheiro



Dia desses encontrei meu amigo Pablo. Conheço-o de longa data, estudamos juntos no colegial e até hoje, passadas mais de duas décadas, ainda mantemos contato regular.
Neste mais recente encontro o Pablo não estava muito bem. A esposa separou-se dele, alegando não mais haver amor. Não preciso comentar que Pablo estava na fossa. Procurou-me para desabafar e relatar um segredo, que já não é mais segredo porque estou compartilhando com vocês.
O Pablo está convicto de que seu casamento acabou porque fizeram um DESPACHO. Isso mesmo que você entendeu, feitiçaria e das grandes, porque para a esposa separar-se dele, um homem bonito e forte, só mesmo com feitiçaria e das mais fortes, segundo suas próprias palavras. Coisa de gente invejosa, que não suporta a minha felicidade, disse-me Pablo.
Mas eu acho que o Pablo talvez não queira admitir que não foi um marido tão bom assim. Ele até que é um cara bonito, mas a beleza vai além dos atributos físicos, coisa que o Pablo desconhece. Talvez meu amigo tenha se esquecido de que chegava quase todas as sextas feiras embriagado em casa ou que jamais compareceu com a esposa a um aniversário da mãe dela. Ele também nunca lavou uma louça e jamais trocou a fralda dos filhos. Para Pablo isso é coisa de mulher. E estufando o peito dizia que aprendera essa filosofia de vida com o pai. Acho que o Pablo nunca observou o semblante de tristeza de sua mãe ou será que observou?
Creio também que ele se esqueceu de que não se lembrava do seu aniversário de casamento há uns 10 anos e que ultimamente andava meio relapso com a relação, sem adubá-la com o fermento do amor. Pablo prefere depositar a culpa na tal da feitiçaria feita pelos invejosos, e me procurou porque, segundo ele, eu mexo com esse negócio de espíritos. Queria que eu desamarrasse o TRABALHO que fizeram para ele. Eu disse que consigo apenas desamarrar o cadarço do tênis, se ele quiser posso perfeitamente ajudá-lo nisso. Ante a sua negativa tive que ser bem sincero com o Pablo e falar para ele que feitiçaria que terminou com a sua relação está bem no banheiro de sua casa e atende pelo nome de espelho. Basta Pablo olhar no espelho para encontrar o verdadeiro feiticeiro. Ele não gostou e saiu de casa irritado, com cara de poucos amigos. Será que vai refletir um pouco em suas atitudes? Será que a dor vai ser um filósofo eficiente para o meu amigo? Não sei, o tempo responderá.
Interessante que Allan Kardec abordou o assunto feitiçaria com os sábios da espiritualidade e eles, como sempre, foram muito claros ao afirmarem ao Codificador na resposta da questão  557 de O livro dos Espíritos que a benção ou maldição jamais desviam a Providência do caminho da justiça.
Retrocedendo algumas questões (551) encontramos outra clara resposta dos Espíritos que foram enfáticos e afirmaram que Deus não permite que um homem mau com a ajuda de um mau Espírito nos faça qualquer coisa que não mereçamos.
O que falta ao Pablo é um pouco mais de autocrítica ao analisar seu comportamento como esposo. É muito simples depositar a culpa em feitiçarias ou considerar que se é  vítima de homens ou espíritos voltados ao mal. Convenhamos que Deus não permite injustiças, por isso mesmo tudo que nos ocorre deve ser bem analisado para que não nos percamos em elucubrações nada produtivas e que nos tiram do foco real fazendo-nos, assim como Pablo, vivermos iludidos de que nos fizeram um TRABALHO com o intuito de nos prejudicar.
Como disse ao Pablo, geralmente o feiticeiro está sempre no banheiro de nossa própria casa, e para conhecê-lo basta dirigirmos um olhar ao espelho.
Pensemos nisso

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Seremos uma célula cancerígena a ser extirpada?

Há  negacionistas da Shoah (eliminação de milhões de judeus nos campos nazistas de extermínio) e há negacionistas das mudanças climáticas da Terra. O primeiros recebem o desdém de toda a humanidade. Os segundos, que até há pouco sorriam cinicamente, agora veem dia a dia suas convicções sendo refutadas pelos fatos inegáveis. Só se mantêm coagindo cientistas para não dizerem tudo o que sabem como foi denunciado por diferentes e sérios meios alternativos de comunicação. É a razão ensandecida que busca a acumulação de riqueza sem qualquer outra consideração. 

Em tempos recentes temos conhecido eventos extremos da maior gravidade: Katrina e Sandy nos EUA, tufões terríveis no Paquistão e em Bangladesh, o tsunâmi no Sudeste da Ásia e o tufão  no Japão que perigosamente danificou as usinas nucleares em Fukushima e ultimamente o avassalador tufão Haiyan nas Filipinas com milhares de vítimas. 

Sabe-se hoje que a temperatura do Pacífico tropical, de onde nascem os principais tufões, ficava normalmente abaixo de 19,2ºC. As águas marítimas foram aquecendo a ponto de a partir de 1976 ficarem por volta de 25ºC e a partir de 1997-1998 alcançaram 30ºC. Tal fato produz grande evaporação de água. Os eventos extremos ocorrem a partir de 26ªC. Com o aquecimento, os tufões estão acontecendo com cada vez mais frequência e maior velocidade. Em 1951 eram de 240 km/h; em 1960-1980 subiram para 275 km/h; em 2006 chegaram a 306 km/h e em 2013 aos terrificantes 380 km/h. 

Nos últimos meses, quatro relatórios oficiais de organismos ligados à ONU lançaram veemente alerta sobre as graves consequência do crescente aquecimento global. Com 90% de certeza é comprovadamente provocado pela atividade irresponsável dos seres humanos e dos países industrializados. 
Em setembro, o IPPC que articula mais de mil cientistas o confirmou; o mesmo o fez o Programa do Meio Ambiente da ONU (Pnuma); em seguida, o Relatório Internacional do Estado dos Oceanos denunciando o aumento da acidez  que por isso absorve menos C02; finalmente em 13 de novembro, em Genebra, a Organização Meteorológica Mundial. Todos são unânimes em afirmar que não estamos indo ao encontro do aquecimento global: já estamos dentro dele. Se nos inícios da revolução industrial o CO2 era de 280 ppm (parte de um milhão), em 1990 elevou-se a 350 ppm e hoje chega a 450 ppm. Neste ano noticiou-se que em algumas partes do planeta já se rompeu a barreira dos 2ºC, o que pode acarretar danos irreversíveis para os seres vivos.

Poucas semanas atrás, a secretária executiva da Convenção do Clima da ONU, Christina Figueres, em plena entrevista coletiva, desatou em choro incontido ao denunciar que os países quase nada fazem para a adaptação e a mitigação do aquecimento global. Yeb Sano, das Filipinas, na 19ª Convenção do Clima em Varsóvia, ocorrida entre 11-22 de novembro, chorou também diante de representantes de 190 países quando contava o horror do tufão que dizimou seu país, atingindo sua própria família. A maioria não pôde conter as lágrimas. Mas para muitos eram lágrimas de crocodilo. Os representantes já trazem no bolso as instruções previamente tomadas por seus governos, e os grandes dificultam por muitos modos qualquer consenso. Lá estão também os donos do poder no mundo, donos das minas de carvão,  muitos acionistas de petrolíferas ou de siderurgias movidas a carvão, as montadoras e outros. Todos querem que as coisas continuem como estão. É o que de pior nos pode acontecer, porque então o caminho para o abismo se torna mais direto e fatal. Por que essa irracional oposição? 

Vamos direto à questão central: esse caos ecológico é tributado ao nosso modo de produção, que devasta a natureza e alimenta a cultura do consumismo ilimitado. Ou mudamos nosso paradigma de relação para com a Terra e para com os bens e serviços naturais, ou vamos irrefreavelmente ao encontro do  pior. O paradigma vigente se rege por esta lógica: quanto posso ganhar com o menor investimento possível, no mais curto lapso de tempo, com inovação tecnológica e com maior potência competitiva? A produção é para o puro e simples consumo que gera a acumulação, este, o objetivo principal. A devastação da natureza e o empobrecimento dos ecossistemas aí implicados são meras externalidades (não  entram na contabilidade empresarial). Como a economia neoliberal se rege estritamente pela competição e não pela cooperação, estabelece-se uma guerra de mercados, de todos contra todos. Quem paga a conta  são os seres humanos (injustiça social) e a natureza (injustiça ecológica).

Ocorre que a Terra não aguenta mais este tipo de guerra total contra ela. Ela precisa de um ano e meio para repor o que lhe arrancamos durante um ano. O aquecimento global é a febre que denuncia estar doente, e gravemente doente.

Ou começamos a nos sentir parte da natureza, e então a respeitamos como a nós mesmos, ou passamos do paradigma da conquista e da dominação para aquele do cuidado e da convivência e produzimos respeitando os ritmos naturais e dentro dos limites de cada ecossistema, ou então preparemo-nos para as amargas lições que a Mãe Terra no dará. E não está excluída a possibilidade de que ela já não nos queira mais sobre sua face e se liberte de nós como nos libertamos de uma célula cancerígena. Ela continuará, coberta de cadáveres, mas sem nós. Que Deus não permita semelhante e trágico destino.  

Por Leonardo Boff, teólogo e filósofo, é autor, também, de 'Proteger a Terra e cuidar da vida: Como escapar do fim do mundo' (Record, Rio de Janeiro, 2011).

Os Deveres do Espírita







Os Deveres do Espírita

Todo aquele que aceita a Doutrina Espírita assume o grave compromisso de:

  Irmã gêmea,
  Solidariedade,
  Responsabilidade,
  Elas andam sempre juntas.

O espírita verdadeiro não tem o direito de desconhecer os princípios básicos da Doutrina, porque, se não os conhece, não pode considerar­-se propriamente um espírita.

É tão grande a responsabilidade do espírita que ele não pode desvencilhar-se da responsabilidade que, mais do que antes, decorre dos seus atos e palavras.

Quem está integrado na Dou­trina e sabe respeitá-la, transforma-se numa força atuante, positiva, no ambiente em que viva:

  Não é passivo, nem dissimulado,
  Não é indiferente, nem apático.

—  Pelo contrário, a sua integração nos postulados doutrinários confere-lhe a faculdade de se mostrar sempre:

  Ativo,
  Franco, 
  Positivo,
  Discreto,
  Honesto,
  E bem humorado.

—  Todavia, a sua franqueza não deve:

  Ser rude,
  Contundente,
  Nem negativa.

Para ser útil, precisa mostrar-se amena, educativa e construtiva. Há mil maneiras de se dizer e demonstrar o que nos vai na alma.

—  Entre essas maneiras, há a que nunca se separa:

  Da tolerância,
  Da sinceridade,
  Da compreensão,
  Do comedimento,
  E, sobre­tudo da verdade simples.

O espírita tem o dever de policiar mais os seus atos e palavras do que os alheios, sem que isto importe em estimular, pela omissão ou tibieza, a má ação de que tenha conhecimento.

—  Queremos dizer:

  Ser enérgico em profligar o que não lhe parece bem, quando feito por seus semelhantes,
  Bem mais enérgico quando analisar os próprios atos e palavras.

—  Nunca o “conhece-te a ti mesmo” foi mais necessário do que em nossos dias.

  O exemplo é que define a legitima personalidade da criatura humana.
  O espírita, antes de pensar reformar os outros, deve começar a reformar-se a si mesmo,

A Doutrina Espírita é um roteiro de auto educação.

—  Seu primacial objetiva é tornar cada um de nós:

  Melhor,
  Mais cristão,
  Mais humano,
  Mais compreensivo.

O mundo está cheio de cristãos sem Cristo, isto é, de criaturas que se intitulam cristãs quando não o são, porquanto não procedem consoante as lições do Mestre.

—  A Doutrina codificada por Allan Kardec:

  Eleva,
  Educa,
  Redime,
  Reforma.

Tudo, porém, depende de nós. Jesus veio dar-nos ensinamentos e exemplos para que saibamos buscar a salvação pelo nosso próprio esforço. Esta é a verdade.

—  A sua missão na Terra foi:

  Sublime,
  Grandiosa,
  Incomparável.

—  Doutrina Espírita:

  Desvirtuaram-na,
  Deixaram-na ficar na superfície da pele,
  Quando ela deveria alojar-se no coração humano.

A Doutrina Espírita está restabelecendo, a pouco e pouco, o domínio da idéia cristã na vida do homem, ensinando-o a compreender a razão da existência terrena, a necessidade retificadora da dor, o mapa cármico e sua ligação com e problema da reencarnação.

A solidariedade sadia é fraternidade cristã.

" O Espiritismo amplia a noção de fraternidade. Demonstra por meio de fatos que ela não é unicamente um mero conceito, mas uma lei funda­mental da Natureza".

—  Lei cuja ação se exerce em todos os planos da evolução humana, assim no ponto de vista:

  Físico como no espiritual,
  No visível como no invisível.

Por sua origem, pelos destinos que lhes são traçados, todas as almas são irmãs.

Assim, essa fraternidade, que os Messias proclamaram em todas as grandes épocas da História, encontra no ensino dos Espíritos uma base nova e uma sanção.

Não é mais a inerte e banal afirmação na fachada dos nossos monumentos, é a fraternidade palpitante das al­mas que emergem, conjuntas, das obscuridades do abismo, e partilham o calvário das existências dolorosas; é a iniciação comum no sofri­mento; é a reunião final na plena luz. (Léon Denis.)

Solidariedade e responsabilidade são elos de uma mesma corrente. A vida nos mostra a todos os instantes que o auxílio mútuo se afirma eloquentemente como força de coesão da existência moral.

—  Essa é também uma imposição biológica a que ninguém escapa:

  Nem os mais fortes,
  Nem os mais fracos,

—  Todos somos como que elementos moleculares:

  Na vida social,
  Na vida espiritual.
  Na vida de relação,

—  Isto esclarece a razão das pequenas e grandes coletividades:

  Quer entre os chamados irracionais,
  Quer entre os ditos racionais.

O instinto desempenha papel preponderante na aglutinação do seres. Mas só a educação facilita, com acerto, o disciplinamento do instinto. Ela refina o sentimento e prepara o homem para uma vida progressivamente mais compreensiva e melhor.

Todavia, não podemos eximir-nos às conseqüências da Lei de Causa e Efeito, que é a bússola do Carma. Do nosso comportamento, em face dessa lei, depende a felicidade que ambicionamos.

O Espiritismo educa o homem para uma vida mais simples e sadia.

—  O Espiritismo respeita a personalidade humana, porque lhe reconhece o livre-arbítrio, acatando-o:

  Nada exige,
  Nada impõe, 
  Nada reclama.
  Mostra o roteiro,
  E ensina como se pode segui-lo.

Eminentemente democrática, a Doutrina Espírita envolve toda a Humanidade, mas são os humildes e sofredores que nela encontram mais depressa o bálsamo para as suas dúvidas e aflições.

Respeitando a liberdade da pessoa humana o Espiritismo afirma a necessidade de deixar ao homem, depois de esclarecido, a decisão dos rumos que desejar tomar, convencido, como diz Kardec, que:

—  “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas a épocas da Humanidade”.

Com a Doutrina Espírita, o homem se torna senhor do seu destino.