domingo, 30 de março de 2014

Somos apenas turistas...


Gosto muito do Dalai Lama porque além de sempre procurar transmitir uma mensagem de paz, compaixão e amor, ele o faz de maneira que qualquer pessoa possa compreender, independentemente de suas crenças ou de sua nacionalidade.

Abaixo, temos mais um exemplo disso:

"Estamos todos aqui nesse planeta, por assim dizer, como turistas. Nenhum de nós pode morar aqui para sempre. O maior tempo que podemos ficar são aproximadamente cem anos. Sendo assim, enquanto estamos aqui, deveríamos procurar ter um bom coração e fazer de nossas vidas algo de positivo e útil.

Quer vivamos poucos anos ou um século inteiro, seria lamentável e triste passar esse tempo agravando os problemas que afligem as outras pessoas, os animais e o ambiente. O mais importante de tudo é ser uma boa pessoa."
Dalai Lama

Quanta sabedoria em poucas palavras. Se não soubéssemos que se trata de um monge budista, certamente diríamos que é um espírita falando.

Essas palavras nos trazem uma profunda reflexão sobre o que temos feito de nossas vidas.


Temos feito coisas úteis para o nosso crescimento?

Temos feito coisas úteis para o nosso próximo?

O que deixaremos de bom para as próximas gerações? Qual o nosso legado?

Temos feito algo que mais tarde nos trará arrependimentos?

Temos prejudicado ou maltratado os outros?

Temos desperdiçado todo nosso tempo com coisas inúteis?


É fundamental que reflitamos sobre cada uma dessas questões.

Imagine que você fosse morrer hoje: teria algum arrependimento ou sentiria-se com o dever cumprido?

Não podemos deixar a nossa mudança para amanhã, pois amanhã podemos não mais estar aqui. Temos que agir a cada dia buscando incluir em nossa vida o máximo possível de boas ações e boa conduta, procurando errar o mínimo possível, para que se amanhã for o dia de nossa partida, possamos partir com a consciência tranquila.

Não esqueçamos, somos apenas turistas aqui nesse planeta azul. A qualquer momento poderemos ter que voltar para a nossa verdadeira pátria.

A beneficência


Hoje vamos falar sobre essa maravilhosa e fundamental virtude que é a beneficiência.

"12 – Sede bons e caridosos: eis a chave dos céus, que tendes nas mãos. Toda a felicidade eterna se encerra nesta máxima: “Amai-vos uns aos outros”. A alma não pode elevar-se às regiões espirituais senão pelo devotamento ao próximo; não encontra felicidade e consolação senão nos impulsos da caridade. Sede bons, amparai os vossos irmãos, extirpai a horrível chaga do egoísmo. Cumprido esse dever, o caminho da felicidade eterna deve abrir-se para vós. Aliás, quem dentre vós não sentiu o coração pulsar,crescer sua alegria interior, ao relato de um belo sacrifício, de uma obra de pura caridade? Se buscásseis apenas o deleite de uma boa ação, estaríeis sempre no caminho do progresso espiritual. Exemplos não vos faltam; o que falta é a boa vontade, sempre rara. Vede a multidão de homens de bem, de que a vossa história evoca piedosas lembranças.

O Cristo não vos disse tudo o que se refere a essas virtudes de caridade e amor? Por que deixastes de lado os seus divinos ensinamentos? Por que fechar os ouvidos às suas divinas palavras, o coração às suas doces máximas? Eu desejaria que se votasse mais interesse, mais fé às leituras evangélicas; mas abandona-se esse livro, considerado como texto quimérico, mensagem cifrada; deixa-se no esquecimento esse código admirável. Vossos males provêm do abandono voluntário desse resumo das leis divinas. Lede, pois, essas páginas ardentes sobre a abnegação de Jesus, e meditai-as.

Homens fortes, armai-vos; homens fracos, fazei da vossa doçura, da vossa fé, as vossas armas; tende mais persuasão e mais constância na propagação de vossa doutrina. É apenas um encorajamento que vimos dar-vos, e é para estimular o vosso zelo e as vossas virtudes, que Deus permite a nossa manifestação. Mas, se quisésseis, bastaria a ajuda de Deus e da vossa própria vontade, pois as manifestações espíritas se produzem somente para os que têm os olhos fechados e os corações indóceis.

A caridade é a virtude fundamental que deve sustentar o edifício das virtudes terrenas; sem ela, as outras não existiriam. Sem a caridade, nada de esperar uma sorte melhor, nenhum interesse moral que nos guie; sem a caridade, nada de fé, pois a fé não é mais do que um raio de luz pura, que faz brilhar uma alma caridosa.

A caridade é a âncora eterna de salvação em todos os mundos: é a mais pura emanação do Criador; é a sua própria virtude, que Ele transmite à criatura. Como pretender desconhecer esta suprema bondade? Qual seria o coração suficientemente perverso para, assim pensando, sufocar em si e depois expulsar este sentimento inteiramente divino? Qual seria o filho bastante mau para revoltar-se com essa doce carícia: a caridade?

Não ousarei falar daquilo que fiz, porque os Espíritos também têm o pudor de suas obras; mas considero a que iniciei como uma das que mais devem contribuir para o alívio de vossos semelhantes. Vejo freqüentemente os Espíritos pedirem por missão continuar a minha tarefa; eu os vejo, minhas doces e queridas irmãs, no seu piedoso e divino ministério; eu os vejo praticar a virtude que vos recomendo, com toda a alegria que essa existência de abnegação e sacrifícios proporciona. É uma grande felicidade, para mim, ver quanto se enobrece o seu caráter, quanto a sua missão é amada e docemente protegida. Homens de bem, de boa e forte vontade, uni-vos para continuar amplamente a obra de propagação da caridade. Encontrareis a recompensa dessa virtude no seu próprio exercício. Não há alegria espiritual que ela não proporcione desde a vida presente. Permanecei unidos. Amai-vos uns aos outros, segundo os preceitos do Cristo. Assim seja!

São Vicente de Paulo. Paris, 1858
"
(O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 13, item 12)

A beneficiência faz com que todas as nossas ações estejam repletas de amor, de bondade e de vontade de auxiliar ao próximo.

Nesse momento, nossa alma se eleva e nos aproximamos do Criador, que é a fonte máxima do amor.

Nos tornamos mais leves, pois um bem-estar indescritível nos arrebata e nos conforta. Todos os nossos problemas se tornam tão pequenos e simples, todas as nossas preocupações parecem então tão secundárias!

Não há como agirmos com benevolência sem que nossa alma se eleve.

Pois o amor e a bondade ao próximo são as expressões mais puras e perfeitas que o ser humano encarnado pode atingir.

Se ao agirmos com benevolência nos aproximamos de Deus, imaginemos então se agíssemos de forma benevolente em tempo integral. Estaríamos em permanente estado de bem estar e felicidade, pois todas as dificuldades pareceriam fáceis.

E essa foi a mensagem que o nosso amado Mestre veio nos ensinar. Este é o "amar ao próximo como a si mesmo".

Já é hora de começarmos a seguir seus ensinamentos. Ou esperaremos até quando?

Todos os dias são repletos de possibilidades, não as desperdicemos.

sábado, 29 de março de 2014

O PORÃO INTERIOR

É comum termos receio de descer até o porão de nossa consciência, porque lá vamos nos deparar com muitos espelhos a refletir as nossas imagens – Sim, nossas imagens!

A verdade é que o tempo passa e nós nem ao menos perguntamos por que adotamos determinados padrões de comportamentos em nossa vida, passando a sofrer desnecessariamente, nos auto-sabotando com a ideia de falsas necessidades e tantas outras justificativas a nossa escolha.

O que hoje chamamos de mundo moderno, tem nos cobrado um preço muito cruel, resultando em insatisfação. - Pasmem! Somos insatisfeitos.

Com tantos recursos que possuímos ao nosso favor, ainda assim, escolhemos o caminho da insatisfação, da dor e do sofrimento.

Insistimos em manter no porão do nosso edifício interior, móveis, decorações e acabamentos, que não combinam com o novo modelo de vida que almejamos conquistar. A saída então é descer até o porão, acender a luz e começar a faxina, descartando tudo o que é desnecessário e que já não nos serve mais, medo, insegurança, lembranças amargas, tristezas, tudo isso é acumulo de energias negativas e sabotadoras, que tem um único objetivo – Nos privar do direito de sermos felizes.

Do nosso porão interior exteriorizam os nossos reflexos, o que atrai naturalmente as circunstâncias ideais e tão necessárias para nossa reeducação perante a vida. Portanto se as reincidências estão constantes no cenário do dia a dia, está na hora de revermos alguns de nossos antigos conceitos.

Como esta o porão do nosso edifício interior? Temos feito nossa faxina regularmente?

Calma! Respire sem pressa e pense... E se for preciso, mãos a obra.

Temos tudo, tudo mesmo! Em potencial somos um rei que dorme, mas ainda insistimos em levar uma vida de mendigo, simplesmente porque acreditamos que nossa felicidade é algo que esta logo ali, e não aqui.

A frustração é que este “logo ali”, que desenhamos e pintamos em nosso quadro íntimo, nunca chega para nós com as mesmas cores e nuances do original, pois os reflexos distorcidos do nosso porão roubam este momento, nos impedindo de ver a real beleza das ocorrências diárias que nos cercam.

Tem muita coisa linda e saudável acontecendo neste momento, portanto pergunte a si mesmo se você pretende aproveitar a vida com qualidade de vida, se a resposta for um belo “sim”, prepare-se para trabalhar, a proposta é começar a limpeza do porão.

Abra as janelas da alma, sinta a brisa e deixe a luz entrar, pois a vida esta nos fazendo um convite irrecusável, o de sermos nós mesmos, sem medo, sem máscaras, sem falsas necessidades.

Agora sim, podemos nos dirigir para diante do espelho, contemplar, sorrir e agradecer... Afinal estamos diante de um verdadeiro milagre da vida.
Nós mesmos...

quinta-feira, 27 de março de 2014

A verdade


A verdade 
Capítulo 2, item 1  Renovando Atitudes, Hammed.
 
 “... Pilados, então, lhe disse: Sois, pois, rei? Jesus lhe replicou: Vós o dissestes; eu sou rei; eu 
não nasci nem vim a este mundo senão para testemunhar a verdade; qualquer que pertença à 
verdade escuta minha voz.” 
(Capítulo 2, item 1.) 
 
 Não vemos a verdade, conforme afirmou Jesus Cristo, porque nossa mente 
trabalha sem estar ligada aos nossos sentidos e emoções mais profundos. 
 As ilusões nos impedem que realmente tenhamos os olhos de ver, e porque 
não buscamos a verdade projetamos nos outros o que não podemos aceitar como 
nosso. Tentamos nos livrar de nossos próprios sentimentos atribuindo-os a outras 
pessoas. Adão disse a Deus: ―Eu não pequei, a culpa foi da mulher que me tentou‖. 
Eva se desculpa perante o Criador: ―Toda a discórdia ocorrida cabe à maldita 
serpente‖. Assim somos todos nós. Quando desconhecemos os traços de nossa 
personalidade, condenamos fortemente e responsabilizamos os outros por aquilo 
que não podemos admitir em nós próprios. 
 Nossa visão sobre as coisas pode enganar-nos, pode estar disforme sob 
determinados pontos de vista, pois em realidade ela se forjou entre nossas 
convicções mais profundas, sobre aquilo que nós convencionamos chamar de certo 
e errado, isto é, verdadeiro ou falso. 
 Na infância. por exemplo, se fomos repreendidos duramente por 
demonstrarmos raiva, se fomos colocados em situações vexatórias por 
aparentarmos medo, ou se fomos ridicularizados por manifestarmos afeto e 
carinho, acabamos aprendendo a reprimir essas emoções por serem consideradas feias, erradas e pecaminosas por adultos insensíveis e recriminadores. 
Porém, não damos conta de que, ao adotarmos essa postura repressora, 
tornamo-nos criaturas inseguras e fracas e, a partir daí, começamos a não confiar 
mais em nós mesmos. 
Se a nossa verdade não é admitida honestamente, como podemos nos 
aproximar da Verdade Maior? 
Sentir medo ou raiva, quando houver necessidades autênticas, seja para 
transpor algum obstáculo, seja para vencer barreiras naturais, é perfeitamente 
compreensível, porque a energia da raiva é um importante ―fator de defesa‖, e o 
medo é um prudente mediador em ―situações perigosas‖. 
Para que possamos encontrar a Verdade, à qual se referia Jesus, é preciso 
aceitar a nossa verdade, exercitando o ―sentir‖ quanto às nossas emoções, e 
adequá-las corretamente na vida. A sugestão feliz é o equilíbrio e a integração de 
nossas energias íntimas, e nunca a repressão e o entorpecimento, nem tampouco a 
entrega incondicional simplesmente. 
O que é a Verdade? Disse o Mestre: ―Vim ao mundo para dar testemunho da 
Verdade; todo aquele que é da Verdade ouve a minha voz‖. 
Cremos no que vemos, mas muitas vezes os órgãos dos sentidos nos 
enganam. Vejamos alguns exemplos: 
A Terra parece parada; o arco-íris nada mais é do que raios de sol 
atravessando gotículas d‘água; e certas estrelas que vislumbramos nos céus já não 
existem, contudo, devido às distâncias enormes a serem percorridas, as suas luzes 
continuam aportando na atmosfera de nosso planeta, dando-nos a falsa impressão 
de vida real. 
Cremos no que nos disseram, e, embora não sejam situações vivenciadas ou 
experimentadas por nós, aceitamos como ―verdades absolutas‖, quando de fato 
eram ―conceitos relativos‖. 
Maneiras erradas de se ver a sexualidade, a religião, o casamento, as raças e as 
profissões distanciam-nos cada vez mais da realidade das situações e das criaturas 
com as quais convivemos. 
Em vista disso, procuremos sintonizar-nos com os olhos espirituais, porquanto nossa percepção intuitiva é mais ampla e precisa que a visão física. E 
abramos as comportas de nossa alma, para que captemos as inspirações divinas que 
deliberam a vida em toda parte. 
Somente assim estaremos mais perto de conhecer a Verdade à qual se referia o 
Mestre Jesus. 
Muita paz! 

Reforma íntima, "vigiai e orai"


Reforma íntima, "vigiai e orai"



             
Com base nesse preceito, podemos afirmar que nas reencarnações, em nosso maravilhoso planeta, o espírito vem "pronto" para reiniciar a sua caminhada rumo a evolução, ao progresso moral, a busca do desenvolvimento espiritual.



O princípio do ano sempre renova nossas forças, projetos de vida são feitos e refeitos, o otimismo é contagiante, a renovação dos planos, a esperança e as expectativas de dias melhores são recorrentes, e predomina a alegria, o entusiasmo. As felicitações de sucesso e de realizações aos entes queridos são as campeãs. As pretensões em sua grande totalidade são direcionadas para conquistas materiais.



A maioria das pessoas não se lembra de desejar a seus entes queridos, a evolução interior, o progresso moral, a reforma íntima, ou seja, o fortalecimento dos bons sentimentos, a prática do bem e do amor ao próximo. Há também muitas solicitações a Deus, geralmente ligadas a bens materiais, contudo, a euforia e o otimismo coletivo, as manifestações de bem-querer, de carinho com o próximo, e, apesar da base materialista, a própria natureza, consegue simultaneamente a produção e a geração do Amor, a energia divina.




A prudência com a espiritualidade é restrita, mas podemos observar que há uma “onda”, um processo crescente da fé, dos sentimentos elevados, da luta cristã, nas comunidades e na sociedade em geral. E mesmo com a grande mídia exercendo influência contrária, negativa nas programações diárias, e assim  promovendo o distanciamento de nosso Pai, o Deus Infinito, há uma resistência, uma fortaleza instalada no ser humano que supera todas as adversidades.




Vigiai e orai




A espiritualidade socorre e envolve as pessoas, a Terra é para nós o local adequado e o tempo é agora para o início e continuidade para a conquista do reino de Deus no coração, em favor também da evolução espiritual do nosso planeta. Um glorioso ensinamento de Jesus de Nazaré: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Marcos,14, 38).




Com base nesse preceito, podemos afirmar que nas reencarnações, em nosso maravilhoso planeta, o espírito vem “pronto” para  reiniciar sua caminhada rumo a evolução, ao progresso moral, a busca do desenvolvimento espiritual, visando atender e praticar os ensinamentos do Mestre Jesus e assim participar e contribuir minimamente com a obra de nosso Pai Infinito e Eterno.




A essência da espiritualidade é a sua evolução, é termos a capacidade, a inteligência, a adaptações às novas situações, amparados na prece, na meditação serena e amorosamente de cada dia. Estas qualidades são frutos de nossa energia interna divinizada, o nosso EU integrado e conectado ao Espírito Santo de Deus. Temos origem, somos hereditários divinos, e ainda nos falta esta consciência.




Mudar para melhor




Quando falamos em reforma, mudança moral ou espiritual, fica o entendimento da necessidade de uma regeneração ou de mudança para um status melhor do que o anterior. Em verdade, essa situação é própria para a grande maioria das pessoas, contudo, presumo que haja algumas ou muitas que se enquadram apenas na situação de evolução moral, que não necessitam, a princípio, da propalada reforma; não se desgastaram ou não estacionaram em sua moralidade e espiritualidade.




“O espírito vem pronto”, como asseverou Jesus. Será que, um dia, conseguiremos nós, a maioria, orar e vigiar como se deve em prol da nossa própria evolução moral e espiritual? Será que já iniciamos essa fase na Terra? Muitos espíritos mais evoluídos estão aqui, crianças que já demonstram certos atributos, mais sábias, verdadeiros gênios, se comparados às crianças normais mesmo do nosso tempo.



O homem espiritualizado é mais racional, realista, espontâneo, consegue facilmente o sincronismo entre a suas vontades e a “vontade divina” devido ser sua fé ser mais nítida com profunda consciência de sua capacidade no poder do Criador.




Compromisso com Deus




O “Orai e vigiai”, aconselhado por Cristo, deveria ser um exercício diário. Fortalece-nos espiritualmente, aflora e expande os bons sentimentos, o amor ao próximo e potencializa a nossa fé, impelindo-nos a contribuir com a evolução de nosso planeta, em prol da transição do mundo de expiações e provas para um mundo melhor, um mundo de regeneração. É maravilhoso e gratificante, e a base disso tudo é a vigilância de nossos pensamentos e sentimentos, e, tranquilos, seguindo os ensinamentos de Jesus, governador da Terra.




O homem mais espiritualizado, bondoso não é o bonachão, o “bonzinho”. “Para se ser realmente bom, deve o homem estar em perfeita harmonia com as leis eternas da vida, da justiça, da honestidade, do amor, da fraternidade, vivendo de acordo com sua consciência”, no parecer do filósofo, educador e teólogo, precursor do espiritualismo universalista, Huberto Rohden.




A reforma íntima implica em ações claras da vontade, do combate aos maus sentimentos, sobretudo, ao Ódio e Temor, sentimentos negativos da Alma. O ódio coloca o indivíduo na mesma sintonia do “oponente”, e a produção de energia negativa é duplicada e constante, formam uma força magnetizada espúria que somente é anulada com a exclusão do ódio no sentimento de, ao menos, um dos oponentes. Esse conceito é válido não apenas para um indivíduo ― serve para todo o coletivo social.



Temor é fraqueza na fé. O homem deveria saber que nada o pode prejudicar, se viver intimamente tranquilo, em paz de acordo com as leis divinas. As desventuras são apenas fases que, certamente, não atingirão as estruturas e a grandeza da Alma. Conforme dito popular, “não podemos imitar o avestruz, ou seja, enfiar a cabeça em um buraco no chão e achar que o sol não existe”. 


Remédio contra tristeza


      Remédio contra 
tristeza


Lute contra a tristeza. Não permita sentir-se amargurado por alguma injúria, pela incompreensão, por qualquer contrariedade, sobretudo, vinda daqueles mais próximos. Sabia que há grande mérito em se perdoar os que Deus permitiu estarem conosco quais instrumentos do nosso sofrer? No fundo, no fundo, eles nos apontam o rumo da paciência, sentimento este proveniente da primeira e mais nobre das virtudes, a Humildade, tão desprezada por pusilâmines e egoístas.

Não proceda como eles: reaja sim a todo obstáculo. Como? Antes de tudo, cuidado. A tristeza pode tornar-se um vício, e todo vício traz como consequência costumes prejudiciais; o hábito da melancolia afasta as pessoas do seu convívio, muitas vezes, aquelas por quem você tenha mais estima. O queixoso causa grande embaraço ao seu redor e pode extinguir uma bela relação ou deixa escapar valorosa oportunidade.

Desvanece à toa a esperança do indivíduo queixoso, o que encara tudo pelo lado negativo e espera de tudo o pior. Aconselhava Sêneca, filósofo e escritor da Roma Antiga: “Devem ser evitados os tristes de que tudo se queixam”. Quem vive a se queixar de tudo e de todos, além de distanciar-se dos outros, corre o risco do descrédito.

Pode destruir uma boa reputação quem demonstre desânimo sem lhe opor resistência. Um deprimido crônico só há de prejudicar um bom conceito que porventura já lhe tenham formado, tornando a sua existência ainda mais penosa. Meu amigo ou minha amiga, há saída no final do túnel! Quantos desgostos não conseguiria evitar aquele cujo descontentamento o levou ao desespero, à revolta?! ...

Receita contra a tristeza? Ora! Faça os outros felizes! O único remédio. Ajude o próximo, os mais próximos no que for necessário e possível e, assim, a tristeza não terá vez e se afastará. Isso mesmo! Auxiliemos alguém ou alguns, ou muitos, não apenas com coisas materiais, com donativos, com esmolas, mas também através do gesto de caridosamente prodigalizar um consolo, amenizando o sofrimento físico ou moral do que sofre, tomando uma providência útil em seu favor.

Tal é o meio de se vencer as tristezas desta vida. Aliás, não queremos dizer que você não deva se queixar. Todavia, permanecer o tempo todo somente assim, quer dizer, com pena de si próprio em repetitivas lamúrias de ressentimento, de dor, não resolve nada.

Confie no que sugerimos, sorria — a vida não é só tristeza, e o que pode haver são apenas momentos tristes. Busquemos servir sempre, visando o bem ao próximo, à própria humanidade. Ah! E não se esqueça de perdoar a quem lhe prejudicou, causou algum desgosto. Reaja contra a tristeza; depende somente de você, de cada um de nós.


Afeições Espirituais





Afeições Espirituais






À maneira da árvore que se te ergue à vista sobre raízes ocultas, equilibra-se-te a existência temporária na Terra sobre afeições invisíveis.

São quase todas elas tecidas nos laços que deixas-te à distância, antes do berço de que procedes, na luta renovadora em que agora estagias.

Lembra-te de que o aprendizado de hoje é sagrado tentame para que te desvencilhes de tudo o que foi, em teus passos, ilusão e sombra de ontem.

Não olvides também de que se avanças para a frente de luz, ao influxo dos afetos superiores que te estendem braços amigos das regiões elevadas, és constrangido igualmente a suportar a influência da retaguarda de sombras, por todas as afeições subalternas com as quais compartilhaste os infelizes enganos da obsessão e da delinqüência.

Não te confies a quantos se te ofereçam nas trilhas do Mais Além, para a solução de interesses inferiores.

Muitas vezes, o obséquio gratuito das entidades menos esclarecidas que te induzem à preguiça ou a vantagens imediatas, em prejuízo do próximo, será, mais tarde, pesada reparação, quando a liberação do corpo físico te aclare a força do entendimento.

Recorda que é sempre fácil partilhar os sonhos e as aspirações daqueles que se igualam a  nós na senda evolutiva ou palmilham mais baixo degrau que o nosso, à luz do conhecimento, e aprende a ciência difícil de conviver com os instrutores que, por amigos sábios e generosos de nosso próprio futuro, nos impõem a disciplina do trabalho e do sacrifício, da humildade e da renúncia na construção da felicidade dos outros, porque somente com eles e por eles, desveladas sentinelas de nosso aperfeiçoamento, conseguiremos entesourar, com Cristo e dentro de nós mesmos, as riquezas do eterno amor e do excelso merecimento para a divina ascensão.







pelo Espírito Emmanuel
psicografia de Francisco C. Xavier
livro: Família


Semeadores de esperança

Semeadores  de  esperança
       Possivelmente não terás pensado ainda no verbo formoso e grave a que todos somos chamados: criar para o progresso.
       O Criador, ao dotar-nos de razão, a nós, criaturas, conferiu-nos o poder de imaginar, promover, originar, produzir.
       Referimo-nos, frequentemente, à lei de causa e efeito. Sabemos que ela funciona em termos de exatidão. Utilizamo-la, quase sempre, tão-só para justificar sofrimentos, esquecendo-lhe a possibilidade de estabelecer alegrias.
       Causamos isso ou aquilo, geramos acontecimentos determinados. Experimentemos essa força que nos é peculiar, na formação de circunstâncias favoráveis aos homens.
       Antes do comboio a vapor, a eletricidade já existia. Os transportes arrastavam-se pela tração, mas foi preciso que alguém desejasse criar na Terra a locomotiva, que se converteu a pouco e pouco no trem elétrico, a fim de que a Civilização aprimorasse os sistemas de condução que prosseguem para mais altas expressões evolutivas.
       O firmamento era vasculhado pelos olhos humanos há milênios, mas foi necessário que um astrônomo levantasse lentes, para que os povos recolhessem as preciosas informações do Universo, que já havia antes deles.
       O princípio é idêntico para a vida moral.
       Precisamos hoje e em toda parte dos criadores de harmonia doméstica e social, dos desenhistas de pensamentos certos, dos escultores de boas obras.
       O tempo nos ensinará a entender a necessidade básica de se criarem condições para o entendimento mútuo, como já se estabeleceram normas para o trânsito fácil do automóvel.
       Inventa em tua existência soluções de conforto, suscita motivos de paz, traça diretrizes de melhoria, faze o que ainda não foi aproveitado na realização da riqueza íntima de todos.
       Provavelmente, estamos na atualidade em estágio obscuro de lições, sob a situação imperiosa de ações passadas. Mas não nos será correto esquecer que somos Inteligências com raciocínio claro e que, se antigamente nos foi possível colocar em ação as causas que neste momento e neste local nos infelicitam, retemos conosco a sublime faculdade de idear, planejar e construir.
       Ajamos na construtividade de Jesus, sejamos semeadores de esperança.
André  Luiz  /Médium Waldo  Vieira
(De “Estude e Viva”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz)

Ramatís elucida sobre os sonhos coloridos e em preto e branco.





À noite, quando o espírito abandona o seu corpo adormecido e contempla diretamente as paisagens ou os acontecimentos que se sucedem no mundo astral, a sua percepção psíquica o capacita a fixá-los nas suas cores correspondentes, mas isso não ocorre quando se trata de sonhos produzidos pela emersão da memória astral das vidas passadas ou mesmo das lembranças cotidianas, cujas imagens, então, se apresentam em
preto-branco, mesmo porque são mais comuns as evocações pretéritas e as influências da vida carnal cotidiana quando o espírito se ausenta do corpo físico adormecido.
Uma grande parte dos sonhos é apenas conseqüente dos desejos e impulsos instintivos da criatura, que emergem à noite, impulsionados pela própria luta interior que a alma sustenta entre o senso crítico do inconsciente e do consciente. Neste caso, o sonho é quase que só a revivescência dos próprios conflitos da vida física, que se transformam em imagens atropeladas pelas emersões e recalques mentais, e não qualquer visão ou participação direta do espírito no mundo astral. Quando os sonhos são coloridos e acompanhados de impressões vigorosas, nitidamente recordadas ao despertar, em verdade não se trata de sonhos fantasiados, mas de acontecimentos reais que foram vividos pela alma durante a sua saída astral. Por isso, embora fatos ocorridos durante uma vivência íntima fora do corpo físico, deixam a sensação perfeita de coisas objetivas, que são gravadas definitivamente pela alma encarnada. Em sua maior parte, os sonhos coloridos são frutos dessa observação direta da própria alma nos seus fugazes momentos de liberdade astral, pois quando se trata apenas de flutuações do subconsciente ou de reminiscências da vida cotidiana, à noite, se transformam em imagens branco-pretas.
Os sonhos descoloridos não passam, pois, de emersões dos conflitos emotivos ou dos desejos represados pela alma encarnada no estado de vigília, pois quando a consciência comum da matéria adormece, dominam então os dramas, as aventuras e os recalques ou acontecimentos interiores, que se projetam como ecos de angústias e aflições mentais. No entanto, quando se trata de fatos percebidos diretamente no turbilhão incessante das cores do mundo astral, eles ficam gravados na consciência física como lembranças agradáveis, que o espírito conserva com clareza até o despertar, como seqüências reais vividas fora do corpo carnal.
 É evidente que as recordações matinais, dos acontecimentos vividos fora do corpo físico, serão tão nítidas quanto tenha sido a clareza da visão astral, de acordo com a maior ou menor capacidade da memória no estado de vigília física. No entanto, como a tendência natural do espírito humano é a de olvidar as coisas que lhe causam angústia ou lhe são desagradáveis, o cérebro do perispírito se desinteressa da conservação das lembranças de acontecimentos hostis, guardando apenas as que causam alegria e satisfação.
É uma tendência que se comprova até nas criaturas que se deixam vencer por arroubos de saudosismos e que se põem a evocar a sua infância ou mocidade; notai que elas só suspiram pelos momentos agradáveis que passaram, e raramente recordam as vicissitudes e as decepções dolorosas já vividas. O espírito também lança ao esquecimento os cenários mórbidos e repugnantes que entrevê à noite, em sua saída astral, e retoma logo o corpo apenas este pressinta a estranha sensação de algum sonho detestável ou perturbador. No entanto, se ele visitou cenários empolgantes, onde predominaram as paisagens encantadoras, as flores formosas, os perfumes embriagadores e as cores resplandecentes, a sua tendência comum é a de evocar, o mais vivamente possível, o panorama paradisíaco e as belezas
entrevistas fora do corpo físico, pois as imagens enternecedoras e emolduradas pela fulgência, cor e perfumes das coisas e paisagens celestiais, que lembram venturosos mundos de fadas, tornam o despertar da alma impregnado das mais suaves recordações e poesias. No retorno ao seu organismo de carne, ela insiste em evocar os sonhos maravilhosos, mas retrai a memória astral das impressões desagradáveis porque, em instintiva defesa, compreende que as recordações angustiosas lhe desarmonizam o psiquismo.

Do livro: "A Sobrevivência Do Espírito"

A lição da natureza


A lição da natureza

Toda vez que nossos olhos contemplam o espetáculo do nascer e do pôr-do-sol, não podemos deixar de reconhecer a grandiosidade do Criador.

Cada vez que mergulhamos a mente no estudo da biologia, descobrindo a perfeição da maquinaria humana, seu intrincado de artérias, veias, vasos, neurônios, tudo tão harmonicamente a trabalhar, rendemo-nos ao extraordinário ser que se esmerou na sua elaboração.

Sempre que ouvimos a balada dos ventos nas tardes frias, o ulular cantante na pradaria, o farfalhar das folhas de outono, recordamo-nos que o grande idealizador se chama Deus.

E quando as águas descem dos morros cantando segredos que recolhem por onde passam e se arrojam das alturas ao solo, alimentando lagos, engrossando rios, formando cascatas, lembramo-nos de que o maestro excelso paira acima dos homens.

Quando a tempestade ruge, a tormenta grita, e a natureza parece enlouquecida, pensamos que Deus está um pouco desatento, em leve cochilo.

Deus não se repete, não se cansa de criar, e a cada momento que o homem aprofunda suas lentes para o interior da terra, o seio dos mares, vai se dando conta de que o pai desceu a detalhes muito pequenos para que nós, seus filhos, nos sentíssemos felizes neste planeta.

Mas como todo pai, ele também providenciou para que aprendêssemos uns com os outros, a fim de crescer com maior rapidez.

E a natureza é uma mestra exemplar. Sua lição de serviço desinteressado, paciência, perseverança, se faz presente todos os dias.

As flores oferecem perfume e colorido, as árvores ofertam sombra, calor e vida. Serviço desinteressado.

A semente adormece no seio da terra e ao se espreguiçar, na época devida, estende brotos, que se tornarão alimento. Paciência e perseverança.

Para quem tem olhos de ver, até os pássaros ensinam. Conta John Leax que nos dias de inverno ele colocava no comedouro, em seu jardim, sementes, no intuito de que os pássaros ali se alimentassem.

Um dia, ele observou que um cardeal de penas desbotadas pelo gelo e pelo frio, pousou e se curvou sobre o comedouro. Mas não bicou nenhuma semente.

Através de seu binóculo, John pode observar que o pássaro tinha seu bico machucado, quebrado bem na raiz.

Logo mais, dois outros cardeais pousaram ao seu lado. Um de cor viva e outro cinza.

Sem pressa alguma, como se possuíssem a paciência infindável de Deus, eles trituraram sementes de girassol e, encostando bico no bico, alimentaram a ave faminta.

Nos dias seguintes, e durante o inverno inteiro, todas as manhãs e todas as tardes, o trio chegou no comedouro, repetindo o processo.

Era como um encontro marcado e um compromisso assumido. Uma lição de disciplina e de desprendimento.

***

Exercita-te no amor à natureza, que esplende em sol, ar água, árvore, frutos, animais e homens.

Deixa-te enternecer pelos convites silenciosos que o pai Criador te faz e dulcifica-te interiormente.

O amor dilui a sombra dos sentimentos negativos, imprimindo o selo da mansidão em todos os atos.

Ama, portanto, tudo e todos.

Aprende com a natureza.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. O comedouro, de John Leax, do livro Histórias para o coração 2, de Alice Gray, ed. United Press (somente a história dos cardeais) e cap. 181 do livro Vida feliz, de Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Franco

Incompreensão




Incompreensão






"Fiz-me fraco para os fracos, para ganhar os fracos.
  Fiz-me tudo para todos para, por todos os meios,
  chegar a salvar alguns." - Paulo (I Coríntios, 9:22.)






A incompreensão, indiscutivelmente, é assim como a treva perante a luz, entretanto, se a vocação da claridade te assinala o íntimo, prossegue combatendo as sombras, nos menores recantos de teu caminho.

Não te esqueças, porém, da lei do auxílio e observa-lhe os princípios, antes da ação.

Descer para ajudar é a arte divina de quantos alcançaram conscienciosamente a vida mais alta.

A luz ofuscante produz a cegueira.

Se as estrelas da sabedoria e do amor te povoam o coração, não humilhes quem passa sob o nevoeiro da ignorância e da maldade.

Gradua as manifestações de ti mesmo para que o teu socorro não se faça destrutivo.

Se a chuva alagasse indefinidamente o deserto, a pretexto de saciar-lhe a sede, e se o Sol queimasse o lago, sem medida, com a desculpa de subtrair-lhe o barro úmido, nunca teríamos clima adequado à produção de utilidades para a vida.

Não te faças demasiado superior diante dos inferiores ou excessivamente forte perante os fracos.

Das escolas não se ausentam todos os aprendizes, habilitados em massa, e sim alguns poucos cada ano.

Toda mordomia reclama noção de responsabilidade, mas exige também o senso das proporções.

Conserva a energia construtiva do exemplo respeitável, mas não olvides que a ciência de ensinar só triunfa integralmente no orientador que sabe amparar, esperar e repetir.

Não clames, pois, contra a incompreensão, usando inquietude e desencanto, vinagre e fel.

Há méritos celestiais naquele que desce ao pântano sem contaminar-se, na tarefa de salvação e reajustamento.

O bolo de matéria densa reveste-se de lodo, quando arremessado ao poço lamacento, todavia, o raio de luz visita as entranhas do abismo e dele se retira sem alterar-se.

Que seria de nós se Jesus não houvesse apagado a própria claridade, fazendo-se à semelhança de nossa fraqueza, para que lhe testemunhássemos a missão redentora? Aprendamos com Ele a descer, auxiliando sem prejuízo de nós mesmos.

E, nesse sentido, não podemos esquecer a expressiva declaração de Paulo de Tarso quando afirma que, para a vitória do bem, se fez fraco para os fracos, fazendo-se tudo para todos, a fim de, por todos os meios, chegar a erguer alguns.








Pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier