quinta-feira, 27 de março de 2014

Em outros orbes…


Assim, queridos leitores, não imaginem que não existam, nas inúmeras estrelas e planetas que pendem sobre as nossas cabeças, aqueles onde a carne humana ainda é devorada, crua, nos rituais da alimentação antropofágica, nas clãs e tribos que cultuam os ritmos frenéticos dos batuques. Nesses lugares, sempre haverá espaço para aqueles que, na Terra, gostam de participar de gangues, de arruaças, de violências. Haverá espaço para os que se ocupam da destruição de construções, de estruturas sociais, a fim de que, utilizando todos os seus potenciais agressivos, se ponham a destruir rochas, a escavar cavernas e a pichar seus interiores.

Se observarmos bem, talvez pudéssemos encontrar em nossas pinturas rupestres as manifestações dos primeiros pichadores, transferidos para este planeta com a finalidade de corrigirem-se e de melhorarem as suas estruturas, num passado longínquo.
Aos que se dedicam à desordem haverá bastante espaço para ocupar. Aos que se deixaram arrastar pela sexolatria, não faltarão fêmeas primitivas para lhes servirem de companheiras no exercício genético.
Aos que não resistiam aos bailes devassos e violentos, haverá possibilidades multiplicadas de reproduzi-los nas numerosas refregas entre tribos e grupos, à beira de lagoas barrentas, onde se fartarão da água salobra.
Aos que exercitam a violência como sinal de liderança, turbas primitivas estarão preparadas para seguir os brados guerreiros que tanto lhes agradam. Aos que gostam de roubar o patrimônio dos governados, não faltarão pirâmides a construir, durante cuja edificação poderão malversar toda a série de recursos que desejem, até que sejam flagrados, presos, torturados e punidos.
E enquanto esse novo mundo vai saindo do primitivismo grotesco para as fases iniciais da civilização da barbárie, a Terra, expungida de tais elementos, poderá seguir em seu rumo de crescimento, como palco para novas realizações do Espírito humano, elevado à condição de Espírito luminoso e esclarecido.
Mas para que tais definições pudessem acontecer, seria necessário que todos, encarnados e desencarnados de nossa história, pudessem agir com liberdade e escolher seus caminhos, segundo seus interesses.
Por isso é que o mundo espiritual superior permite que exercitemos nosso livre-arbítrio. Sem ele, nunca demonstraríamos quem, efetivamente, nós somos.
Livro Despedindo-se da Terra, cap. 39, Espírito Lúcius – psicografia de André Luiz Ruiz.

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