segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Julgamento - Todos estão certos

Julgamento - Todos estão certos



O Espírito sente, então, Deus materializa um pensamento e uma ação que corresponda àquele sentimento. Não vemos o sentimento dos outros Espíritos. Vemos somente a sua ação exterior materializada por Deus. Julgamos o espírito com base nessa manifestação exterior, e não no seu sentimento. Essa “representação” é captada pelas nossas percepções e valorada pelo nosso ego (certo/ errado, feio/bonito, moral/imoral) com base nas nossas verdades individuais. Logo, quando emitimos um julgamento, ele nunca é direcionado ao Espírito, mas à própria manifestação de Deus, com base nos nossos "conceitos" ou "verdades pessoais".

Todos estão certos, pois tudo o que acontece é a materialização de uma vontade justa e amorosa de Deus. Enquanto presos na carne, não podemos "ver" ou "sentir" o sentimento dos outros Espíritos. Isto não significa que todos os atos humanos sejam feitos com base em sentimentos positivos. Significa que a materialização desses atos sempre expressam harmonia e perfeição do verbo Divino.  

O Espírito não cria nada, posto que ele não é Deus. Se pudesse criar alguma coisa, criaria sempre conforme o seu grau de evolução, e a sua criação sempre precisaria ser "corrigida" por Deus, para que tivesse em harmonia com a perfeição do universo. Deus não poderia ficar “corrigindo” as supostas criações dos Espíritos, apenas para lhes dar a satisfação de serem Deus como ele. 
Todas as criações do universo são perfeitas, porque Deus é a sua causa primária, e os Espíritos são os instrumentos ou assistentes dos quais Ele se serve.

A consequência desse pensamento, é que Deus como criador de tudo, também é o criador de todos os acontecimentos. E portanto, o criador de todos os atos materiais. O Espírito assiste à estes acontecimentos, e preso à consciência humana, ele jura que Deus está alheio à tudo.  

Assim, não temos condições de julgá-los (os Espíritos) na sua essência. Ao emitir um julgamento de um ato exterior, estamos julgando um ato de Deus. E seja este um julgamento negativo ou positivo, ele sempre será um reflexo das nossas verdades individuais. É preciso não emitir juízo de valor sobre qualquer coisa. Mas simplesmente louvar pela sua existência, em vista de que é obra de Deus, sem confundir a realidade humana com a realidade universal, que está muito além da compreensão do encarnado. 

Julgar, ao contrário do que muitos pensam, não é apenas criticar ou arruinar com o valor de uma pessoa. Para se fazer um julgamento, basta emitir uma ideia (sentença) sobre alguma coisa com base em uma verdade individual. Como por exemplo, chamar de “criminoso” alguém que praticou um ato que você considerar ser crime. Ou mesmo, chamar de “santo” alguém que praticou um ato que você considera ser justo ou belo. Até falar que o chão está “sujo”, sendo que ele está apenas coberto de pó, e “sujo” foi um valor que você deu ao chão.  Isso são julgamentos de coisas que acontecem a partir da nossa percepção, mas não correspondem à realidade do universo. Nunca existiu algum chão sujo. Ele poderia até estar coberto de poeira, mas “sujo” é o valor que damos o que chega à nossa percepção.

O problema de julgar não está apenas na condenação. É por isso que as pessoas nunca acham que estão julgando. É comum se ouvir: “Não estou julgando, só estou comentando”. Ou então: “Esse bandido merece ir para a cadeia, mas não estou julgando, pois Deus há de perdoá-lo”. 
Isso acontece porque a palavra “julgar” tomou em geral o sentido de “depreciar” ou “condenar”. 
Voltando, o problema de julgar, está em atribuir, a partir da nossa percepção ilusória da realidade, um valor à algo que pertence ao universo, e é portanto, criação de Deus. E os valores que criamos sobre as coisas do universo estão sempre diretamente ligados aos nossos sentimentos em relação ao mundo e as pessoas. Julgar a qualquer coisa, é julgar a Deus, porque tudo o que existe é a expressão ou a materialização do seu amor.

Não julgueis, significa, não dê valor às coisas. Apenas observe e diga: Deus seja louvado. Esta é a essência do ensinamento. Julgar as coisas é comprometer o próprio coração com os valores ilusórios que a elas atribuímos. 

Abraços!

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