sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Conduta social e riscos morais


O prazer, em todas as áreas da vida, estimula, satisfaz e, nas áreas mais frágeis da personalidade, abre espaços a excessos que causam dependências e tolerâncias, como uma droga qualquer.
Quando o ser humano entende a sua condição de Espírito que deve comandar a matéria, ele consegue dominar os impulsos que se apresentem e que poderiam, pelo abuso, tornarem-se nocivos.
Mais ainda, a consciência lúcida da pessoa é capaz de escolher, graças ao grau específico de maturidade espiritual, o melhor caminho para viver sua vida de acordo com seus projetos.
No entanto, no mundo acelerado em que todos estão se permitindo viver, as contingências emocionais têm sido objeto de exploração intensa, graças ao interesse econômico de manter as almas atreladas aos vícios que, uma vez implantados no modo de ser, favorecem aqueles que os exploram e estimulam em busca dos lucros financeiros que tanto ambicionam.
Por isso é que será sempre um bom negócio facilitar e tirar partido da viciação no consumismo, no uso de drogas tidas como socialmente aceitáveis, das outras drogas, do jogo, da prostituição, da gula. Em face desse comportamento afrouxado, as pessoas sem vontade própria continuarão sempre a se manter dependentes daqueles que as exploram, fornecendo-lhes, em troca, o dinheiro e o respectivo poder que tanto apreciam.
Dessa forma, no aspecto da sexualidade, os mesmos mecanismos da viciação e da tolerância são encontráveis, a fazerem com que a criatura de vontade mais frágil nessa área se permita procurar a satisfação constante e desmedida dessa inclinação, ao mesmo tempo em que a repetição do ato vai roubando ao seu agente, cada vez que o pratica, parte da carga emocional, parecendo que a satisfação antiga já não é a mesma com a mesma ação.
Isso leva, então, pessoas que começam a se tornar dependentes psicológicas da satisfação sexual a buscarem inovações em suas práticas, apimentando as relações para retornarem ao antigo potencial de satisfação. Por um tempo, se sentem complementados pelas novas aventuras, mas, novamente, o mecanismo da tolerância se apresenta, tornando rotineira e sem graça aquela novidade, a pedir uma nova carga de transformações, na tentativa de manter o mesmo nível do prazer.
E nessa jornada espiral descendente, as criaturas permitem-se experimentar outras e outras formas de relação, até que cheguem àquelas consideradas como tabus na sociedade preconceituosa em que vivemos.
Passando a linha dessa “social normalidade”, a pessoa acrescenta aos processos da satisfação sexual a ideia de ruptura com os paradigmas aceitáveis do grupo, empurrando-se para a área da ilegalidade moral, com os complexos de culpa daí decorrentes, explorados pelos Espíritos obsessores que os acompanham nessa queda e que, daí, podem melhor dominar os seus pupilos com as intuições do tipo:
Agora que você chegou até aqui, não dá mais para voltar a ser a pessoa certinha que você era. Você chegou na lama. Agora não pense em sair porque ninguém mais vai acreditar em você. Você nunca prestou mesmo… agora é tarde para sair do lodo. Aproveite e relaxe…
Essas intuições negativas, manipuladas no íntimo da consciência do indivíduo pelas entidades inferiores e inteligentes, colocam a pessoa numa fase de sofrimentos morais profundos, confrontando os afetos e os conceitos morais recebidos da família, com as condutas devassas e extremamente contrárias a tais conceitos que se permitiu viver. Daí, alguns resolvem romper os laços familiares com o afastamento dos seres queridos, alegando necessidade de maior liberdade para viver uma vida sem a observação mais direta ou, então, optam por uma vida dupla, buscando manter duas ou mais máscaras para os diversos momentos de suas experiências pessoais.
Livro Despedindo-se da Terra, cap. 18, Espírito Lúcius – psicografia de André Luiz Ruiz.

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