segunda-feira, 19 de maio de 2014

Congresso Nacional e o trabalho do Bem


O Congresso, portanto, não era um lugar onde somente os maus tinham ação garantida.
Qualquer encarnado, ainda que mal intencionado, mal assessorado, mal acompanhado que, tendo responsabilidades públicas, resolvesse questionar as suas decisões, demonstrasse a mais tênue modificação de inclinações, apontasse para o arrependimento, para a culpa, para o questionamento moral de seus próprios atos, era imediatamente conectado pelas forças do Bem que o acompanhavam de perto, com a finalidade de aproveitar tal circunstância favorável, para reforçar-lhe o propósito transformador, fator esse que acabaria redundando em benefícios para milhões de habitantes.
As próprias entidades inferiores, muitas vezes, não compreendiam como suas iniciativas eram frustradas, porque, a maioria delas tinha dificuldade de visualizar tais Espíritos elevados, em face da diferença de vibrações.
Apenas as entidades que tinham a função de garantir a ordem espiritual naquele cenáculo de leis, além dos médicos e dos que celebravam os atos religiosos públicos naquela manjedoura de Esperanças – como o Congresso Nacional era visto pela Espiritualidade Superior – se faziam visíveis para que desempenhassem suas funções adequadamente.
Em todos os pontos do edifício, Espíritos Vigilantes exerciam um controle rigoroso para garantir que os perseguidores dos encarnados e, também, os agentes do Maioral se mantivessem dentro de certo padrão de atitudes, desestimulando as ações que viessem a transformar aquele ambiente em um local incompatível com as elevadas funções para as quais fora concebido.
nos seres a possibilidade de expressão de suas idéias, de intercâmbio de seus pensamentos, de atuação sobre os demais. No entanto, cada qual seguia se comprometendo positiva ou negativamente com as próprias escolhas, uma vez que, todos os que tinham conquistado os lauréis do pensamento, do raciocínio e da inteligência eram capazes de distinguir quais os melhores caminhos e agir de acordo com seus interesses ou princípios.
Por isso, nem os Espíritos inferiores podiam manipular os vivos a ponto de atuarem no lugar deles, nem os Espíritos sublimes tinham a pretensão de obrigar os encarnados a agirem segundo os desejos superiores ou as reais necessidades do Povo.
Esse jogo de forças mantinha em equilíbrio a balança da responsabilidade pessoal de cada representante público, de forma que seriam livres demonstrando, com isso, quais os valores principais que carregavam dentro de si mesmos, pelos quais seriam avaliados e julgados pelo Soberano Tribunal da consciência.
Não obstante essa liberdade de exercício nas decisões coletivas, a Espiritualidade Superior dispunha, como dispõe, de inúmeros instrumentos para a manutenção do rumo necessário, quando se faça imprescindível atuar na retomada da rota, a despeito das forças conflitantes.
Da mesma maneira que já foi explicado sobre a ação da tempestade para a atuação arrefecedora dos ânimos, manejada pelas forças superiores com tal finalidade, também está sob a direção superior o destino de cada povo, ainda que, em alguns casos, as escolhas dos habitantes daquele aglomerado, vinculadas à raiva, ao rancor infindáveis, os obriguem a receber o reflexo de suas condutas na gama variada de sofrimentos que semearam, única forma de despertarem para a Verdade do Bem.
Tanto quanto os indivíduos, os povos também têm roteiros evolutivos assinalados por seus compromissos cármicos, coletivamente assumidos, a lhes pesar no processo de crescimento e a exigir a quitação adequada, na forma de serviços prestados ao orbe como um todo ou na expunção de tais nódoas através de sofrimentos, também coletivamente suportados.
Os Diretores Espirituais de cada povo são, portanto, o reflexo da emanação superior do Divino Mestre que, ao fim de contas, se encarrega de dirigir a grande nau terrena tanto quanto se responsabiliza por cada marinheiro que, dentro do navio Terra, pode estar ajudando o comandante com os menores serviços ou estar empenhado em abrir um buraco no casco para que a embarcação afunde.
E por tal motivo que as casas governamentais, tanto quanto os hospitais, as igrejas e as instituições que congregam coletividades são tão envolvidas por forças sublimes, notadamente quando mantenham o caráter elevado dos ideais que trazem em seus fundamentos.
Agora, quando estes núcleos degeneram em antros de negociatas, em comércios espúrios, em trocas de favores, em bases para a infelicidade de muitos, as forças sublimes atuam para apartar da vinha aqueles galhos que nada mais produzam.
No tempo adequado, são retirados e jogados nò fogo para que queimem, limpando o vinhedo dos galhos inúteis para que, aqueles que estão trabalhando, produzam mais com a seiva que lhes chega.
Relembrando a Soberania de tal liderança espiritual sobre os interesses dos homens, encontramos a palavra do evangelista Marcos, em seu Capítulo 11,  versículos 15 a 19 :
“E foram para Jerusalém. Entrando ele no templo, passou a expulsar os que ali vendiam e compravam; derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. Não permitia que alguém conduzisse qualquer utensílio pelo templo; também ensinava e dizia:
Não está estrito: A minha casa será chamada casa de oração, para todas as nações? Vós, porém, a tendes transformado em um covil de salteadores.
E os principais sacerdotes e escribas ouviam estas coisas e procuravam um modo de lhe tirar a vida; pois temiam, porque toda a multidão se maravilhava de sua doutrina.
E vindo a tarde, saíram da cidade.”
Entender a ação do Bem sobre sua vida, seja no particularismo de cada lar, seja na estrutura geral de um povo, pode ajudar o ser humano a compreender que a única coisa que vai desaparecer para sempre, a única que tem a sua morte garantida e os seus dias contados, é a própria Maldade, porque ela deixa de existir quando as pessoas se conscientizam de que não há interesses materiais ou bens físicos que durem mais do que a transitória e tênue organização da matéria.
Somente os bens da alma são indestrutíveis e aqueles que os cultivarem com sabedoria, serão comparados aos homens que edificaram sua casa sobre a rocha, que suportou a ação da chuva, das tormentas, dos agentes da natureza e não se arruinou.
Aqueles que, ao contrário, se deixaram levar pela sedução do poder, pelos interesses mesquinhos, pela falsa noção de virtude, pelo orgulho de tudo saberem e de se arvorarem nos juizes iníquos, estes estarão construindo sua casa sobre a areia, sem bases sólidas na visão espiritual e na importância da experiência evolutiva que a reencarnação favorece.
Assim, apegados aos bens da vida carnal, acabarão confundidos quando tiverem de herdar um amontoado de vermes famintos devorando-lhes os tecidos ou a carcaça fria de uma caveira, estampando no rosto o riso sarcástico que endereça ao tolo que perdeu seu tempo e sua vida física nas lutas materiais, imaginando que isso fosse tudo o que existia de mais importante e verdadeiro.
Livro Esculpindo o Próprio Destino, cap. 33, Espírito Lúcius – psicografia de André Luiz Ruiz.

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