terça-feira, 15 de abril de 2014

Capítulo 2 Unidade cósmica

Capítulo 2
Unidade cósmica
PERGUNTA: - Sendo de senso comum esse "novo" entendimento da Unidade
cósmica, desse Todo que está em nós, o que se dará com as religiões e os sentimentos de
religiosidade?
RAMATÍS: - Deixareis de buscar Deus nas coisas exteriores e encontrareis a
Divindade no templo interior que está em vós. A crença na existência de forças sobrenaturais,
seja qual for o nome com que as diversas instituições religiosas as denominam, tendo em
comum serem criadoras do Universo e da vida manifestada em vossa dimensão, deixarão de ser
impostas por tal ou qual religião, essa ou aquela doutrina, pois a prerrogativa de adoração será
individual, de cada cidadão, e não haverá "posse" das verdades ocultas em nome das
instituições terrenas. A "obrigatoriedade" de reverência às coisas sagradas, de fé fervorosa, de
devoção a um culto ou ritual, serão premissas de menor significação enquanto vinculadas aos
templos, igrejas, sinagogas, centros, lojas, terreiros, enfim, às associações ou organizações
religiosas dos homens, já que será um estado de consciência coletiva de que sois participes da
Unidade cósmica e divina que é Deus, estando em vós exclusivamente essas potencialidades
sublimes e de despertamento crístico.
A fraternidade será a liga que sustentará a tolerância diante das diferenças religiosas, e
o amor cimentará a religiosidade dos homens acima das religiões.
PERGUNTA: - Mas, e as instituições terrenas que abrigam as crenças
individuais numa saudável convivência, deixarão de existir?
RAMATÍS: - Não. Serão antes de tudo locais de encontros fraternos em que se
participarão ideais ligados à religiosidade. Com a comprovação pela ciência da existência das
dimensões paralelas e de mundos habitados por consciências em outras formas de energia e
matéria, como tendes em vossa dimensão, e da preexistência do espírito e das leis cármicas e
reencarnacionistas, as diferenças separativistas das diversas religiões cairão por água quais
frágeis castelos de areia levados pelas ondas do mar. Os pontos em comum serão maiores que
as diversidades doutrinárias, o que fará diminuir sensivelmente os sectarismos e imposições
dogmáticas, ficando claro a todos que no Cosmo não prepondera uma religião ou doutrina, mas
sim o amor que a todos acolhe como o bom pastor com as ovelhas desgarradas.
PERGUNTA: - Por outro aspecto, por que as religiões da atualidade, em
especial as do Ocidente, se mostram "frágeis" diante dos questionamentos e necessidades
espirituais da humanidade?
RAMATÍS: - Criou-se uma situação anacrônica que está deixando as religiões sem
respostas aos amplos questionamentos dos homens hodiernos. Diante do enorme manancial de
informações que jorram de todos os meios, do avanço tecnológico aos novos exames de DNA
de vossa ciência, as criaturas se encontram em meio a um tufão de dados, em que a liberdade
de expressão em todos os campos faz estabelecer excessiva ansiedade, quando não, quadros
depressivos, ambos agravados por um anacronismo, à inexistência de respostas satisfatórias
pelas religiões instituídas aos anseios espirituais dos cidadãos terrícolas.
Poderíamos alcançar-vos muitas respostas. Talvez a mais importante seja que as
verdades divinas, tais como as apresentadas pelas religiões no Ocidente, e de certa maneira
também pelos instrutores do Oriente, haja vista as constantes guerras por diferenças de
religiosidade entre eles, não estão se mantendo à altura do desenvolvimento intelectual da
humanidade, do espírito humano.
PERGUNTA: - Quais os motivos que fazem surgir tantos novos cultos, aliado ao
interesse cada vez maior pela astrologia, numerologia, cabala, rituais xamânicos, magia,
entre demais vertentes de conhecimento esotérico e ocultista, que estão "desviando" as
pessoas das religiões mais ortodoxas?
RAMATÍS: - Os que buscam realizar os seus anseios espirituais encontram nas
religiões instituídas há alguns séculos as mesmas respostas, palavras e idéias, que não mais os
satisfazem nas suas necessidades de entendimento racional das coisas do Além, do divino,
místicas. Situação que num mundo dinâmico e, repleto de "novas" informações, faz com que
vos sintais qual criança ouvindo história da vovó para bem dormir sem medo do bicho-papão.
Aliado ao fato de que vos pedem que creiais sem dúvidas, porém sem levar-vos a um estado de
compreensão que faça despertar a fé com a razão, que alicerça a busca do divino em bases de
serenidade e paz individuais.
Malgrado o maior conhecimento espiritualista, da imortalidade do espírito, da
anterioridade da vida e do ciclo reencarnacionista "aliviarem" muitas de vossas perquirições, as
consciências que estão se formando neste início do Novo Milênio são mais "arejadas", como se
fossem pássaros que guardam seus ninhos em uma árvore da floresta, mas que têm de voar
sobre todas para entenderem a geografia da mata que os abriga. Podeis inferir que as situações
dogmáticas que não estão apropriadas para a mentalidade da Nova Era vos incentivam a
procurar e a conhecer as outras árvores que oxigenam as verdades divinas.
Ademais, questionai-vos se o Cristo-Jesus estivesse encarnado entre vós, na atualidade,
se Ele sentir-se-ia à vontade em uma única religião ou doutrina, em igrejas, templos, lojas ou
centros, no meio dos cerimoniais, pompas, distinções hierárquicas, ou diante dos tribunos
espiritualistas de enorme cabedal de conhecimentos, mas que diante da primeira oposição
doutrinária se mostram impacientes, intolerantes com as diferenças, e "proprietários" da
verdade.
As respostas religiosas apresentadas aos homens ao longo dos tempos têm impedido o
seu crescimento espiritual. Os pensamentos e interpretações humanas até os dias hodiernos
turvam a chama crística interna em toda a sua potencialidade iluminativa. Os atavismos e as
fanáticas ilusões humanas ainda obscurecem o viver crístico, que não requer poderosos e
mandatários externos para o despertamento amoroso, que é prerrogativa individual, sendo os
"novos" cultos e vertentes milenares de conhecimentos, esotéricos e ocultistas, somente árvores
de uma mesma floresta que é toda amor e compreensão.
Afirmamos que, no mais das vezes, o "desvio" de rumo das religiões e doutrinas
excessivamente ortodoxas é necessário para que encontreis as estradas que vos satisfaçam no
rumo dos anseios espirituais. O fato de se "praticar" uma religião, doutrina ou filosofia não
deve obstar o que o Cristo-Jesus admitia e sustentava quando afirmava: "Também tenho
ovelhas que não são deste redil."
PERGUNTA: - É cada vez maior no Ocidente o interesse para com as teologias e
filosofias orientais. Podeis falar-nos algo a respeito?
RAMATÍS: - Esse maior interesse é uma conseqüência natural da vossa busca
pela espiritualidade; o que no Oriente é de muitos milênios, para vós são somente alguns
séculos. Os orientais sempre têm colocado Deus como Imanente, existente no mais fundo de
cada ser humano, levando-vos a compreender que sois partícula desse Todo. Os ocidentais têm
mostrado um Deus Transcendente, fora do seu universo pessoal, como mero observador.
Esse "mergulhar" nas filosofias orientalistas dá ênfase a um Deus em todas as coisas e
seres, e em toda a forma criada no mundo manifestado, pois a imanência a tudo envolve,
embora Deus em si seja Imanifesto, fato que ainda não compreendeis plenamente. Deus tudo
interpenetra, sendo que toda a vida no Cosmo, em suas mais variadas manifestações, Dele
provêm, como se fossem fragmentos. A relação de cada criatura com Deus lhe é inerente. Os
hindus cantam: "Ele está mais próximo que o alento, mais próximo que as mãos e pés."
Essa situação também se prende ao fato de que muitos espíritos de formação oriental
estão encarnados no Ocidente, e os do Ocidente encarnados no Oriente. O racionalismo
pragmático do ocidental aprende a ser místico e contemplativo com as coisas divinas. A
acomodação do oriental, algo demasiado asceta, menosprezando os embates da vida e seus
processos, fundamentadas na crença de que as oportunidades de evolução são infinitas, que se
perpetuam pelo evo dos tempos, por isso há de se negar a matéria, se vê "sacudida" pela cultura
ocidental. Todos evoluem diante da sabedoria das leis cósmicas.
PERGUNTA: - Não são excessivamente complexos, para o homem simples e
comum; os conceitos de planos dimensionais, universos paralelos, corpos sutis, orixás,
Umbanda, Apometria, entre outros, que tendes trazido neste início de Terceiro Milênio?
RAMATÍS: - Há uma gradação no acesso aos conhecimentos ocultos e
metafísicos. Ocorre que tendes de andar de mãos dadas com a ciência, que neste milênio
"imporá" aos homens muitas verdades negadas pelos espiritualistas mais "conservadores" ao
longo dos tempos. Novos prismas do saber vos chegam, em especial os relacionados com as
funções e finalidades de algumas áreas cerebrais, quais a inteligência, a memória e os
sentimentos, em que se confirma que essas "faculdades" não se encontram restritas a um local
específico da massa cerebral, mas estão distribuídas por todo o órgão, cada parte possuindo o
conjunto que pode expressar, sendo espécie de holograma mental, logo não físico. A ciência
mostra que não existe uma contrapartida no órgão cerebral para a inteligência, a memória e os
sentimentos, levando-vos a concluir por algo extrafísico. E, assim, inexoravelmente, ocorrerá
com as dimensões paralelas, as ondas de freqüências superpostas, os planos dimensionais em
diferenças de densidade e outras formas de energias "imateriais", entre vários exemplos atuais.
Deveis estar sintonizados com a realidade que vos cerca. O "excessivamente complexo"
não deve inibir os homens simples e comuns, na maioria amorosos, mas incentivá-los a buscar
o entendimento das questões espirituais. Certo está que não há nenhum constrangimento no
acesso a esses "novos" conhecimentos. Deveis realizar vossos anseios de conformidade com a
capacidade de compreensão inerente às conquistas da individualidade imortal que ressoa em
vós, do inconsciente para o consciente, em forma de disposições, impulsos e talentos naturais,
não contrariando vosso modo de ser. A liberdade nos dias hodiernos libera os homens comuns
e simples das imposições dos avantajados em conhecimento, que por si não significa sabedoria.
PERGUNTA: - As "doutrinas" que pregam experiências espirituais com
beberagem de ervas são um meio válido de adquirir novas experiências e conhecimentos?
RAMATÍS: - Há de se distinguir os rituais religiosos realizados com veneração e
respeito para com as coisas do Além-túmulo e do Plano Astral, em que acatais com deferência
respeitosa as" doutrinas" de todas as tribos e procedências culturais que já estiveram e estão
estabelecidas na Terra, de alguns homens que se arvoram em procurar as respostas às suas
curiosidades espirituais, fugazes e imediatas, destituídas de quaisquer reverências respeitosas,
imbuídos que estão de ideais egoísticos. Nesse sentido, as substâncias do herbanário xamânico
e indígena das várias localidades planetárias, originalmente utilizadas em rituais tribais, estão
algo distorcidas pela ansiedade dos homens hodiernos na busca do sensório nas lides
espirituais. Por si sós, nas dosagens manipuladas pelos xamãs e pajés de todas as épocas, são
inofensivas e instrumentos válidos no contexto espiritual que as utiliza para fins
exclusivamente curativos, restritas aos "sacerdotes" desses rituais, que têm as atribuições
mediúnicas de se comunicarem com as diversas potências vibratórias do Cosmo, inclusive
espíritos de animais. O restante da coletividade tribal era assistida por esses médiuns,
preparados por anos e anos pelos caciques curandeiros, e sem participarem diretamente da
beberagem ritualística das ervas.
PERGUNTA: - Em alguns cultos, que propositadamente aos leigos são ditos de
Umbanda, passa-se a noção de que os orixás são senhores do nosso destino, mas em outras
linhas de pensamento espiritualista aprendemos que, pouco a pouco, devemos nos tornar
senhores de nós mesmos, no sentido de termos mais responsabilidade com nossos
pensamentos e ações. Isso é correto?
RAMATÍS: - Não deveis classificar como correto ou incorreto. Quando assim
procedeis, tendeis a considerar vossa doutrina, crença ou religião, melhor, superior ou mais
verdadeira que as demais. Considerai que as interpretações divinas estão de acordo com os
grupos conscienciais que se aglutinam em volta de uma determinada crença ou conjunto
doutrinário, e que os anseios espirituais dos prosélitos são realizados de acordo com a sua
capacidade de entendimento, que, por sua vez, determina o tipo de linguagem utilizada na
comunicação. Quantos de vós sois conduzidos em vossos destinos sem o saberdes? As normas
da empresa que vos remunera, a legislação de trânsito, os códigos penal, civil e comercial, a
massiva e intensa mídia televisiva que vos robotiza, citando alguns exemplos diários de vossa
vida que não podeis escolher, ao contrário da vossa fé.
Na atualidade, os homens vão aonde encontram o melhor adubo para as suas almas, e os
arames farpados dos senhores da verdade não cerceiam mais o ir e vir na busca da divindade,
anulados que se encontram pela liberdade de expressão de cada cidadão. Por outro lado, os
campos verdejantes são vastos, e nem todos estão preparados, pela grande diversidade
evolutiva dos terrícolas, para terem a responsabilidade por seus destinos em si mesmos, de
responderem pelos seus atos e ações para a ascese espiritual.
Requerem, como crianças repetentes que estão sendo mais uma vez alfabetizadas, que a
professora os pegue pela mão e os ensine nos primeiros traçados das letras, sob ameaça de
severos deveres de casa para apresentarem no dia seguinte, se assim não permitirem.
PERGUNTA: - Como podem alardear aos leigos, em nome de uma crença,
entidades espirituais que se afirmam senhores dos homens? Além do que, muitas vezes
apresentam demonstrações de emoções primitivas, materiais, como a vingança, as ameaças,
a imposição do medo. Essa classe de espíritos poderia ser senhora das nossas vidas, se eles
próprios demonstram ter emoções bem humanas?
RAMATÍS: - Deixemos claro que os orixás não são espíritos, não encarnam e não
têm os sentimentos e as emoções dos homens. Para os homens comuns entenderem essas
vibrações cósmicas, associaram-nos a conjuntos arquetipais humanos, facilitando a vossa
compreensão do que sejam, já que o tema é bastante abstrato. Essas interpretações
originalmente fizeram parte do panteão africanista, eminentemente oral na transmissão dos
conhecimentos, o que esteve de acordo com as consciências em vários momentos de vossa
história. Infelizmente, ainda hoje se fazem entender os orixás dessa forma humanizada, mais
em aspectos negativos, para causar devoção, medo e assim obterem respeito. Se isso ainda
ocorre em vários locais terrenos, é porque os encarnados precisam dessa "leitura"
antropomorfa, que, nesse caso, mostra-se incompleta, pois semelhante aos homens somente em
seus defeitos, e nada em suas qualidades divinas, também existentes em todos vós. Aguardai o
tempo, fiel e incansável professor das almas no educandário cósmico dos seres em ascensão
eterna. A Perfeição Absoluta é única, Deus, por isso sempre haverá muitos degraus à frente da
caminhada de qualquer um. Sendo assim, estendamos as mãos no amor para com todos os
irmãos de jornada.
PERGUNTA: - Vemos muitas pessoas "incomodadas", buscando respostas para
as suas perguntas em varias doutrinas, cultos, seitas, religiões e filosofias. Para alguns, isso
é contraditório. O que poderia dizer aos companheiros que têm esse tipo de curiosidade
espiritual?
RAMATÍS: - Continuai buscando realizar os anseios que vos "incomodam". Quem
pergunta tem sede de saber, e o ato de buscar essa saciedade em mais de uma vertente
demonstra a infinita sabedoria divina que não colocou todas as respostas numa única doutrina,
culto, seita, religião ou filosofia da Terra, situação que ainda fomenta as diferenças
separatistas, necessárias ao aprendizado da tolerância e fraternidade, mas que tendem a
desaparecer no futuro de igualdades que unificam no sentimento amoroso.
A água que saciará espiritualmente a sede dos homens, seres integrais no Cosmo, verte
de diversas fontes, e há um movimento de convergência na coletividade planetária entre
ciência, religião e filosofia, irreversível nesta Era de Aquário.
PERGUNTA: - Esses "novos" conhecimentos são necessários para a
compreensão de que somos seres multidimensionais ou só servem para fortalecer o intelecto
de alguns nas lides espiritualistas?
RAMATÍS: - O intelecto avantajado, quando estais encarnados, é uma conquista
do espírito na sua caminhada existencial e demonstra "dilatação" mental. Nas situações em que
tendes de lidar com as questões metafísicas facilitar-vos-á o entendimento. Se entendeis o
fortalecimento intelectual pela aquisição de "novos" conhecimentos como manifestação
vaidosa, das intermináveis e áridas elucubrações que no fundo são para demonstrar quem mais
sabe, turvando os sentimentos amorosos, simples em essência, tomai precaução; tal
interpretação denota equívoco, pois o envaidecimento não se sujeita ao saber, embora possa
dele auferir bruxuleios incentivadores. O conhecimento é um dos alicerces evolutivos que fará
reluzir qual pepita de ouro o discernimento, mas associado ao amor, como se fosse perfeito
amálgama que constitui a verdadeira sabedoria espiritual.
PERGUNTA: - Por que a Apometria? Muitos a consideram uma técnica
complicada, difícil, servindo para alimentar a vaidade daqueles que têm instrução vasta e
variada das coisas da ciência e do espírito. O que tendes a dizer?
RAMATÍS: - Assim como o conhecimento pode ser ferramenta da vaidade para
alguns, um impulso psicológico que flui dos espíritos presos ao ego inferior, também o é a
repulsa de muitos diante do "novo", pelo receio desmesurado de se verem sem a "posse" do
conhecimento atual, como se fosse raro cristal guardado a chave em armário intocável para a
maioria.
O livre-pensador do Terceiro Milênio "tudo" vê, questiona, estuda e submete ao crivo
da razão, sem receios e sem sectarismos. Os espiritualistas em geral deverão dar um passo
adiante nos estudos dos postulados básicos das doutrinas que professam. Não bastam somente
congressos, seminários, simpósios e palestras que retumbam num mesmo diapasão, em que
qualquer nota musical diferente ao ouvido, acostumado a uma mesma melodia, é rechaçada
prontamente. A sinfonia cósmica é feita de todos os acordes em harmonia.
Há de se rever as atividades separatistas para que se estabeleçam esforços, a fim de
desenvolver o ponto central do ofício espiritual, que são as ações redentoras das almas em
nome do amor que unifica a todos, que não tem procedência nas religiões ou doutrinas dos
homens, pois provém do inesgotável manancial cósmico, crístico, ficando as diferenças
doutrinárias em segundo plano.
Repetindo-nos: os homens não poderão negar suas potencialidades psíquicas, recursos
válidos para socorrer, curar e liberar as consciências do aguilhão da dor e do sofrimento,
mantendo indefinidamente os espíritos desencarnados como mentores que "tudo" fazem e
resolvem, numa atitude de passividade temerosa com as coisas do Além. Essa dependência
exagerada é um condicionamento milenar das religiões punitivas de outrora que ainda
repercutem no psiquismo das atuais personalidades encarnadas.
As incompreensões quanto à Apometria são frutos mais dos homens "fundamentalistas"
e "ortodoxos" do que da sua "complexidade". Ademais, a progressividade que requerem os
trabalhos com o Além está de acordo com vosso atual estado consciencial, e o "novo" é
descartado muito mais pelas idiossincrasias, pelos personalismos de certos dirigentes, que
alegam "regulamentos" doutrinários, que esse ou aquele mentor desautoriza, quais crianças
diante da primeira professora, do que pela Espiritualidade Superior e seus precursores
iluminados ao longo da história dos homens, como o foram Allan Kardec, Buda, Krishna,
Jesus...
PERGUNTA: - Ficamos confusos. Poderíeis nos dar maiores detalhes diante de
vossa afirmativa: "Apometria é um conhecimento milenar e mais antigo que o homem na
Terra"?
RAMATÍS: - Essas técnicas magnéticas separatórias dos corpos mediadores e de
criação de campos de forças, hodiernamente classificadas como anímico-mediúnicas, sempre
foram utilizadas pela Espiritualidade, em toda a história da humanidade terrena. Desde
Atlântida e do antigo Egito já eram do conhecimento dos iniciados, magos brancos, no interior
dos templos. Os sacerdotes, em rituais próprios, executavam operações magnéticas de extrema
delicadeza, despolarizando as cargas positivas e negativas que mantinham a união dos corpos
mediadores, e com cantos e mantras, estalar de dedos ou suave bater de palmas, induziam os
discípulos aos transes mediúnicos, desprendendo-os em corpo astral ou mental, excursionando
ao mundo extrafísico que palpitava em volta, em relatos verídicos clarividentes. Os guias
espirituais desencarnados acompanhavam os discípulos nas viagens às regiões adredemente
escolhidas, auxiliando na cura dos enfermos e complementando a educação e os conhecimentos
em outra dimensão espaço-temporal.
A magia que fundamenta e ampara as leis apométricas foi e é a mesma de todas as
épocas, pois o infinito manancial cósmico de energia, causa primária de toda a harmonia do
Universo, é imutável. O acesso amplo a esses conhecimentos é que obedece a uma gradação
prevista pelo Alto, coerente com vossas consciências. Uma das bases principais da Apometria é
a Física. Ora, a "sua" equação matemática que mensura a matéria e suas variáveis para
determinação do que sejam a massa de elétron, a Constante Universal de Planck, a freqüência
do raio gama e a velocidade da luz sempre existiram, bem como a infinita energia que "ocupa"
o espaço em sua imensidão de faixas vibratórias e se encontra disponível à mente educada e de
conformidade com seu degrau evolutivo, pois não podeis entender e movimentar aquilo que
ainda não está em vós. Nesse raciocínio, afirmamos que era a comunidade terrícola que ainda
não tinha conquistado o direito a esses conhecimentos, até o século vinte, assim como ocorreu
com a lei gravitacional, a codificação do genoma humano, os processos organogenéticos e de
embriogênese, entre tantos outros exemplos que reforçam essa realidade, que é só uma faceta
do grande depósito de conhecimentos que estão aos poucos vos chegando e sendo
"decodificados".
PERGUNTA: - Afinal, o que é Apometria aos vossos "olhos"?
RAMATÍS: - A Apometria é uma técnica que permite com razoável facilidade a
um grupo de médiuns treinados a indução para estados de desdobramento dos corpos
mediadores; em especial o etérico, o astral e o mental. É também importante ferramenta de
criação de campos de força. Não basta somente o conhecimento da técnica em si, mas é
fundamental a egrégora (1) que se forma durante os trabalhos, pois é proveniente de cada elo
da corrente a sustentação mental para que o "lado de cá" possa agir em padrões vibracionais
que normalmente exigiriam grande dispêndio de energia e esforço das falanges socorristas que
dão apoio a esses trabalhos de cura desobsessivos.
1 - Egrégora - São aglomerados de moléculas do Plano Astral, que tomam forma quando são
criadas pelo pensamento nítido e constante de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, e passam a
'viver' magnetizadas por essas mentes. Tais criações podem apresentar vários tipos: 'anjos de guarda' ou
'protetores', quando fortemente mentalizados pelas mães para a custódia de seus filhos, e sua ação será
benéfica; podem servir de perseguidores, obsessores, atormentadores, quando criados por mentes
doentias; podem ser formas que se agregam à própria criatura que as cria mentalmente e as alimenta
magneticamente.
Têm capacidade de resistir, para não se deixar destruir pelo pensamento contrário. São comuns
esses agregados ao redor das criaturas, obra puramente do poder mental sobre o astral. Assim, são vistas
formas mentais de ambições de ouro, de desregramento sexual, de gula, de inveja, de secura por bebidas
alcoólicas ele.
Essas aglomerações, quando criadas e mantidas por magnetização forte e prolongada de
numerosas pessoas (por vezes, durante séculos e milênios), assumem também proporções gigantescas,
com poder atuante quase irresistível. Denomina-se, então, um egrégoro. E quase todos os grupos
religiosos o possuem; alguns pequenos, outros maiores, e às vezes tão vasto que, como no caso da
Igreja Católica de Roma, estende sua atuação em redor de quase todo o planeta, sendo visto como uma
extensa nuvem multicor, pois apresenta regiões em lindíssimo dourado brilhante, outras em prateado,
embora em certos pontos haja sombreado escuro, de tonalidade marrom-terrosa e cinzenta. Isso
depende dos grupos que se elevam misticamente e com sinceridade, e de outros que interferem, com
pensamento de baixo teor (inveja, ódio de outras denominações religiosas, ambições desmedidas de
lucro etc). Há também as egrégoras de grupamentos outros, como de raça, de pátria etc. Funcionam
quase como uma 'bateria de acumuladores que são alimentados pelas mentes que os cria', como
escreveu Leadbeater ('Plano Astral', pg.118).
Logicamente, quanto mais forte a criação e a alimentação, mais poderoso e atuante se torna esse
ser "artificial", muitas vezes cruel com seu próprio criador, pois não possui discernimento do bem ou do
mal e age automaticamente com a finalidade para que existe. - Carlos Torres Pastorino, Técnica da
Mediunidade, páginas 182/83 - 2" edição, 1973.
PERGUNTA: - Quais seriam as principais utilidades da Apometria para os
benfeitores espirituais?
RAMATÍS: - Os médiuns, estando desdobrados e participando conscientemente
dos trabalhos de cura, tornam-se valiosos instrumentos para o "lado de cá". O ato volitivo do
medianeiro, quando dissociado em seus corpos, como se afrouxássemos o magnetismo que
mantém os vossos corpos astrais acoplados ao complexo físico e etérico, faz desse ato que
dispara os pensamentos um gerador ativado que fornece abundante energia animal,
fundamental quando utilizada em prol da assistência de desencarnados e encarnados
enfermiços, permitindo-nos atuar com mais desenvoltura em freqüências vibratórias mais afins
com vossos fluidos e vibrações, o que se coaduna com o estado geral dos assistidos nesses
trabalhos, espíritos densificados na matéria e perturbados, com transtornos dos mais variados
sintomas.
Ademais, os médiuns videntes desdobrados, que assistem o atendimento ao paciente,
também desprendido, todos no Plano Astral, relatam o que está ocorrendo aos demais
medianeiros, criando egrégora mental coletiva muito importante para as canalizações das
energias manipuladas, havendo maior eficácia nessas manipulações e que repercutirão
positivamente no corpo somático dos atendidos pela força centrípeta do corpo astral, advindo
desse fato os precisos diagnósticos, cirurgias e curas nos grupos apométricos.
PERGUNTA: - Existem "vantagens" da técnica apométrica se comparada a
outras atividades espiritualistas de cura e desobsessão?
RAMATÍS: - Não se trata de mais vantagens. Onde há o amor e a caridade
desinteressada, a assistência benfeitora sempre se faz presente. Embora a dinâmica da
Apometria seja abençoado bálsamo que alenta os sofredores das mais diversas procedências,
não deveis vos sentir superiores nas vossas lides com o Além. A dilatada abrangência da
técnica apométrica e as precisas diagnoses espirituais realizadas nos mais complexos casos,
não dispensam, para a obtenção da cura espiritual, o merecimento individual daqueles que
procuram seus serviços de caridade. Nada mais do que injunção das leis de harmonia que
regem o Cosmo; do contrário, cairíeis na azáfama dos milagreiros, que a tudo resolvem e
fazem, quais pregadores em praças públicas.
Por outro lado, o visível aos vossos olhos e a vossa participação mais ativa nas lides
com o Além não vos colocam em situação mais vantajosa diante de outras atividades
espiritualistas de cura e desobsessão, pois, quando o merecimento da cura se impõe, é comum
buscarmos os medianeiros no sono físico e atuarmos em grupo de desencarnados e encarnados
desdobrados nos hospitais do Astral, ocorrências que são rotineiras e não se prendem às
doutrinas e crenças terrenas, de tal feita que se todos os médiuns solicitados tivessem
rememoração posterior desses trabalhos, ficaríeis estarrecidos com a regularidade e o
universalismo com que eles acontecem. Imbuídos dos ideais de amor e caridade, que não têm
religião e não se limitam a vossa acanhada compreensão do sentimento crístico que prepondera
no Cosmo, juntamos nessas viagens astrais médiuns xamãs, projeciologistas, iogues,
umbandistas, esotéricos, católicos, espíritas, entre outras denominações, em grupos afins para o
amparo e as curas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário